"Jornalismo de joelhos não é jornalismo". Arte: @Untal_Ro
Os presidentes da Venezuela, Nicolás Maduro, do Equador, Rafael Correa, e de Honduras, Juan Orlando Hernández, aparecem em uma lista de líderes mundiais que denegriram, insultaram ou acusaram representantes da imprensa, divulgada nesta sexta-feira pela ONG Repórteres sem Fronteiras (RSF).
Para a organização, os três presidentes exemplificam para a América Latina o que a RSF considera declarações de chefes de Estado ou de governo "contrárias ao princípio da liberdade de informação que ilustram as tensões às quais estão submetidos os jornalistas cuja única culpa é exercer seu ofício".
A organização afirma que Maduro "não desperdiça nenhuma chance em suas conferências públicas (onde as intervenções dos jornalistas não são bem-vindas) para acusar a imprensa estrangeira, como aCNN em espanhol e o Miami Herald, de realizar uma 'campanha internacional' contra a Venezuela".
A ONG ilustra esse comentário com declarações de Maduro feitas no dia 18 de setembro de 2014, em que o presidente acusou esses veículos de comunicação de tentar "envenenar e usar seu veneno contra a Venezuela no mundo".
A RSF se queixa que o equatoriano Correa "utiliza o mesmo modelo" de valer-se de discursos oficiais para criticar jornalistas e cita o discurso pronunciado em 16 de maio, quando o presidente criticou o administrador do site Crudo Ecuador.
A entidade também informa que Correa acusou a imprensa de utilizar "o discurso mal-intencionado da oposição que demoniza o que é perfeitamente legítimo, democrático e transparente", em reação a comentários do apresentador de televisão Alfonso Espinosa sobre o projeto de reeleição indefinida do presidente.
Sobre Juan Orlando Hernández, a RSF menciona declaração do presidente hondurenho no Dia do Jornalista, quando Hernández denunciou os "pseudo-jornalistas que dissimulam, tergiversam e inventam pela vontade que têm de colocar o país a sangue e a fogo".
Outros integrantes da "lista negra" são os presidentes de Turquia, Recep Tayyip Erdogan; Gâmbia, Yayah Jammeh; Guiné, Alpha Condé, assim como o líder supremo do Irã, Ali Khamenei, e o da república russa da Chechênia, Ramzan Kadyrov.
Para a organização, alguns deles demonstram que "não toleram nenhuma discordância, nenhum debate"; outros equiparam "sistematicamente" qualquer um que os questione a "um ato de complô ou uma ingerência estrangeira".
Fonte: EFE, Veja
Missão Ushuaia, Venezuela. 18/07/2015