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Venezuela deporta mais de mil colombianos; Bogotá denuncia 'drama humanitário'

Colombianos que moram na Venezuela são conduzidos para fora 
do país (Carlos Eduardo Ramirez/VEJA)

Há casos de deportados que estavam em situação regular na Venezuela e há também pessoas que foram expulsas sem suas famílias ou sem poder levar seus bens.

A Venezuela deportou 1.012 colombianos considerados ilegais durante as operações realizadas após o estado de exceção decretado pelo governo em um setor da fronteira, que permanece fechada. O governo da Colômbia voltou a criticar o "drama humanitário" provocado pela deportação de centenas de cidadãos da Venezuela nos últimos dias. Na cidade colombiana de Cúcuta, próxima da fronteira com a Venezuela, os ministros do Interior, Juan Fernando Cristo, e das Relações Exteriores, María Ángela Holguín, conversaram com centenas de deportados. "É um drama social e humanitário que estamos atendendo aqui em Cúcuta", disse Cristo. Segundo o ministro colombiano, há casos de deportados que estavam em situação regular na Venezuela e há também pessoas que foram expulsas sem suas famílias ou sem poder levar seus bens.

A medida de exceção, em vigor em cinco municípios de Táchira por 60 dias, foi anunciada na última sexta-feira pelo presidente Nicolás Maduro com o fechamento indefinido dos postos de passagem para a Colômbia. O presidente colombiano Juan Manuel Santos informou que em Cúcuta foi instalado um "Centro de Comando Unificado para velar pelos direitos dos colombianos que foram deportados, agilizar a reunificação familiar e manter a população informada". Santos, que disse ter apostado pelo "caminho do diálogo e da diplomacia" diante desta crise, vai conversar pessoalmente com o presidente venezuelano Nicolás Maduro ainda nesta semana.

Maduro tomou a decisão de deportar estes colombianos e fechar a fronteira após um ataque armado de desconhecidos que feriu três militares e um civil venezuelanos, que realizavam uma operação contra o contrabando na cidade de San Antonio del Táchira. O presidente venezuelano sustenta que o contrabando na zona fronteiriça está mobilizados paramilitares que, aliados com a direita local, buscam desestabilizar seu governo.

O estado de exceção, que poderá ser prorrogado por outros 60 dias, proíbe o porte de armas e permite às autoridades realizar buscas e interceptar comunicações privadas sem ordem judicial. A Colômbia e a Venezuela compartilham uma porosa fronteira de 2.219 km, onde as autoridades de ambos os países denunciam a presença de grupos guerrilheiros, paramilitares, narcotraficantes e contrabandistas de combustíveis e de outros produtos.

Fonte: Veja
Missão Ushuaia, Venezuela. 25/08/15