"A Democracia e o fortalecimento do Estado de Direito são pilares fundamentais da integração regional".

Maduro anuncia fechamento de novo setor na fronteira Venezuela-Colômbia


Fechamento vale a partir da manhã de sábado e irá mobilizar 3 mil homens. Presidente quer reunião para discutir soluções com colega colombiano

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou nesta sexta-feira (28) o fechamento de um segundo trecho da fronteira com a Colômbia no estado de Táchira, um dia depois de os dois governos chamarem para consultas seus embaixadores após o fechamento de um primeiro trecho. 

"Decidi fechar a fronteira da zona de número 2 do estado de Táchira para limpar o paramilitarismo, a criminalidade, o contrabando, os sequestros, o narcotráfico", disse Maduro, em um ato público em Caracas. Em um discurso acalorado, 

Maduro explicou que o fechamento, que afeta os municípios de Ayacucho, Lobatera, Panamericano e García de Hevia, entrará em vigor a partir das cinco da manhã de sábado e que mobilizará "3 mil homens para procurar paramilitares até debaixo das pedras".

Trata-se do segundo setor fronteiriço deste estado que o presidente decide fechar, depois do anúncio de fechamento, na semana passada, de uma primeira zona composta por seis municípios, de decretar o estado de exceção e de deportar mais de mil dos cinco milhões de colombianos que vivem em território venezuelano com o argumento de que a fronteira está tomada pelos paramilitares colombianos. 

Maduro adotou estas medidas dias depois de um ataque a tiros de indivíduos não identificados que deixou três militares e um civil venezuelanos feridos, quando realizavam uma operação de combate ao contrabando. As chanceleres Delcy Rodríguez (Venezuela) e María Angela Holguín (Colômbia) se reuniram na quarta-feira passada em Cartagena, no Caribe colombiano, mas os governos de Caracas e Bogotá elevaram o tom da crise na quinta ao chamar a consultas seus respectivos embaixadores.

 

Maduro, no entanto, também pediu nesta sexta a seu colega colombiano, Juan Manuel Santos, que se reúnam para buscar soluções ao conflito entre os dois países. 

O presidente venezuelano sustenta no lucrativo contrabando na zona fronteiriça estão envolvidos paramilitares que, aliados com a direita local, buscam desestabilizar seu governo. 

Colômbia e Venezuela dividem uma porosa fronteira de 2.219 km, onde as autoridades dos dois países denunciam a presença de grupos guerrilheiros, paramilitares, narcotraficantes e contrabandistas de combustíveis e outros produtos fortemente subsidiados pelo governo venezuelano. 

ONU 

A ONU pediu nesta sexta-feira à Venezuela respeito aos direitos humanos dos colombianos deportados em meio à atual crise diplomática com a Colômbia, ao mesmo tempo em que se mostrou "preocupada" com a situação humanitária na fronteira entre os dois países. 

"Estamos preocupados com a situação na fronteira entre a Colômbia e a Venezuela, particularmente com os informes de violações dos direitos humanos que ocorrem no contexto das deportações de colombianos", disse Rupert Colville, porta-voz do Alto Comissariado da Organização das Nações Unidas (ONU) para os Direitos Humanos, em um comunicado datado de Genebra e divulgado em Bogotá. "Pedimos às autoridades venezuelanas a garantir que os direitos humanos de todas as pessoas afetadas sejam plenamente respeitados, em particular no contexto das deportações. Vamos acompanhar a situação de perto", disse, ainda, o representante da ONU. 

"Fazemos um apelo às autoridades dos dois países para assegurar que a situação se resolva através da discussão e do diálogo sereno, firmemente arraigada em suas obrigações em virtude do direito internacional dos direitos humanos e o direito internacional dos refugiados", acrescentou a ONU, que também se disse disposta a colaborar na resolução do conflito.

Fontes: G1, VTV, TeleSur
Missão Ushuaia, Venezuela 29/08/15

O êxodo de colombianos que abandonam a Venezuela com a vida nas costas


Desde o fechamento de postos de fronteira entre Colômbia e Venezuela na última sexta-feira, o rio Táchira transformou-se numa dura travessia entre os dois países.

Centenas de colombianos, muitos sem documentos, retornam ao seu país diante da ameaça de uma possível deportação por parte do governo venezuelano.

Eles carregam todos seus pertences nas costas.

Nesta quarta-feira, as chanceleres dos dois países se reuniram e prometeram um plano conjunto de segurança na fronteira, mas não chegaram a um acordo quanto à reabertura dos postos fronteiriços ou à contenção das deportações. Só disseram que os temas serão discutidos em novas reuniões nos próximos dias.

O fechamento da fronteira foi decidido por Caracas na semana passada, depois que três soldados venezuelanos foram feridos a tiros - e o presidente Nicolás Maduro responsabilizou pelo episódio paramilitares supostamente ligados ao ex-presidente colombiano Álvaro Uribe.

Desde então, várias centenas de colombianos vivendo na Venezuela foram expulsos do país. Segundo Caracas, trata-se de uma ofensiva contra o contrabando e a atividade de quadrilhas na região. Algumas casas de colombianos foram pintadas com a letra "D", o que significa que elas deverão ser demolidas.

ONGs venezuelanas denunciaram que alguns dos deportados tiveram seus direitos humanos violados.

O contrabando de combustível e produtos básicos tornou a região de fronteira um foco constante de tensão social nos últimos anos. Muitos colombianos supostamente compram os produtos a preços altamente subsidiados na Venezuela para revendê-los na Colômbia.

Fonte: BBC Brasil.
Missão Ushuaia, Venezuela. 28/08/15

Venezuela deporta mais de mil colombianos; Bogotá denuncia 'drama humanitário'

Colombianos que moram na Venezuela são conduzidos para fora 
do país (Carlos Eduardo Ramirez/VEJA)

Há casos de deportados que estavam em situação regular na Venezuela e há também pessoas que foram expulsas sem suas famílias ou sem poder levar seus bens.

A Venezuela deportou 1.012 colombianos considerados ilegais durante as operações realizadas após o estado de exceção decretado pelo governo em um setor da fronteira, que permanece fechada. O governo da Colômbia voltou a criticar o "drama humanitário" provocado pela deportação de centenas de cidadãos da Venezuela nos últimos dias. Na cidade colombiana de Cúcuta, próxima da fronteira com a Venezuela, os ministros do Interior, Juan Fernando Cristo, e das Relações Exteriores, María Ángela Holguín, conversaram com centenas de deportados. "É um drama social e humanitário que estamos atendendo aqui em Cúcuta", disse Cristo. Segundo o ministro colombiano, há casos de deportados que estavam em situação regular na Venezuela e há também pessoas que foram expulsas sem suas famílias ou sem poder levar seus bens.

A medida de exceção, em vigor em cinco municípios de Táchira por 60 dias, foi anunciada na última sexta-feira pelo presidente Nicolás Maduro com o fechamento indefinido dos postos de passagem para a Colômbia. O presidente colombiano Juan Manuel Santos informou que em Cúcuta foi instalado um "Centro de Comando Unificado para velar pelos direitos dos colombianos que foram deportados, agilizar a reunificação familiar e manter a população informada". Santos, que disse ter apostado pelo "caminho do diálogo e da diplomacia" diante desta crise, vai conversar pessoalmente com o presidente venezuelano Nicolás Maduro ainda nesta semana.

Maduro tomou a decisão de deportar estes colombianos e fechar a fronteira após um ataque armado de desconhecidos que feriu três militares e um civil venezuelanos, que realizavam uma operação contra o contrabando na cidade de San Antonio del Táchira. O presidente venezuelano sustenta que o contrabando na zona fronteiriça está mobilizados paramilitares que, aliados com a direita local, buscam desestabilizar seu governo.

O estado de exceção, que poderá ser prorrogado por outros 60 dias, proíbe o porte de armas e permite às autoridades realizar buscas e interceptar comunicações privadas sem ordem judicial. A Colômbia e a Venezuela compartilham uma porosa fronteira de 2.219 km, onde as autoridades de ambos os países denunciam a presença de grupos guerrilheiros, paramilitares, narcotraficantes e contrabandistas de combustíveis e de outros produtos.

Fonte: Veja
Missão Ushuaia, Venezuela. 25/08/15

OEA diz fazer insistência ‘enorme’ para observar eleições venezuelanas.

O secretário-geral da OEA, o uruguaio Luis Almagro - ERIKA SANTELICES / AFP

BOGOTÁ - O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), o uruguaio Luis Almagro, disse estar insistindo enormemente ante o governo venezuelano para que permita uma missão de observação das eleições legislativas do próximo dia 6 de dezembro.

Recentemente, em visita à ONU, o presidente Nicolás Maduro disse que a Venezuela não será observada por “ninguém”. Antes da declaração, a Unasul (União de Nações Sul-Americanas) havia sido convidada para monitorar a votação, mas não está claro se isso acontecerá. O Centro Carter, única organização independente que observava eleições na Venezuela, acaba ade deixar o país.

— O nível de desconfiança entre o governo e a oposição tornam necessário que haja um intermediário reconhecido para validar o processo eleitoral. O nível de insistência da OEA é enorme, descomunal, para que o governo autorize a observação, o que pode garantir de maneira fidedigna o resultado e evitar qualquer conflito posterior — disse Almagro em entrevista à revista “Semana”, da Colômbia.

O secretário-geral disse que o objetivo da OEA é evitar que a próxima eleição “tenha as características pós-eleitorais que tiveram as duas últimas, nas quais muito venezuelanos de ambas as partes morreram”.

A oposição vem insistindo que Maduro aceite a observação da OEA e diz temer que as eleições de dezembro sejam as “mais fraudulentas” da História da Venezuela.

Fonte: O Globo
Missão Ushuaia, Venezuela. 24/08/15

Escassez faz criminosos trocarem tráfico de drogas pelo de alimentos na Venezuela

"Vai comer pátria? Porque não há comida na Venezuela".
Arte: Untalro

Jaime se dedicava exclusivamente ao tráfico de drogas até que, dois anos atrás, um cliente que trabalhava em um supermercado lhe ofereceu trocar maconha por farinha de milho pré-cozida. Desde então, o traficante se dedica --também-- ao que eles chamam de "bachaqueo", atividade ilegal cada vez mais comum na Venezuela e que consiste em revender produtos básicos que nem sempre são encontrados em lojas e pelos quais milhões de venezuelanos passam horas na fila todos os dias.

"Ele me propôs a troca e eu disse que sim. Quando fui ver, minha casa estava cheia de produtos", afirmou ele à BBC Mundo, serviço em espanhol da BBC, sob condição de anonimato.

De acordo com a Lei de Preços Justos, que estabelece a regulação de preços de produtos de primeira necessidade no país, a revenda desses bens é crime sujeito a pena de três a cinco anos de prisão.

Desde a última semana, o governo venezuelano reativou sua campanha para acabar com esse contrabando, que, segundo as autoridades, é uma das principais causas da escassez de produtos básicos, parte de uma suposta "guerra econômica contra o povo".

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou uma lei que busca fortalecer as medidas policiais, articuladas na chamada Operação de Liberação do Povo, para acabar com a revenda.

População faz fila para comprar itens de primeira necessidade

"(Os revendedores) são uma praga que estão prejudicando o povo", afirmou Diosdado Cabello, presidente da Assembleia Nacional.

O prefeito de Puerto Cabello, no centro do país, deu início a um programa de trabalho comunitário para a "reabilitação" dos revendedores presos, que, enquanto limpam as ruas da cidade, vestem um macacão laranja com "Sou um 'bachaquero' e quero mudar".
Formiga

No último ano, a palava "bachaqueo" --e o consequente verbo "bachaquear"-- se tornaram parte essencial do vocabulário e da vida dos venezuelanos.

"Na quarta-feira, não posso trabalhar", afirmou à reportagem um taxista. "Dedico ao 'bachaqueo' nesse dia", disse, em tom de piada, para referir-se à sua jornada de compras --cada pessoa pode fazer as suas em um dia da semana, dependendo do número de seu documento.

A palavra vem de "bachaco", uma formiga de traseiro avantajado típica da região da América do Sul, sobretudo da fronteira com a Colômbia. Lá, até um ano atrás, os "bachaqueros" eram pessoas que contrabandeavam produtos e gasolina para a Colômbia, país onde esses bens são dezenas de vezes mais caros.

Porém, desde que a escassez de produtos subsidiados aumentou na Venezuela, a revenda se tornou uma atividade rentável também dentro do país.

Esses revendedores já não são necessariamente contrabandistas que levam produtos de um país para outro, mas também pessoas que compram produtos em um supermercado e os revendem no mercado negro, seja a domicílio ou em mercados informais nas ruas.

Muitos venezuelanos veem os "bachaqueros" como um mal necessário, e compram deles para evitar as filas.

Outros, no entanto, seguem a linha do governo e os culpam pela origem da escassez.

Fonte: Daniel Pardo, BBC-Mundo em Caracas, Untalro
Missão Ushuaia, Venezuela. 24/08/15

Jovens Venezuelanos: Senado vai ouvir estudante e escritor que denunciam repressão de Maduro

Na reunião desta quinta-feira (20/08), a Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) aprovou requerimento de convite ao jornalista Carlos Javier Arencibia e à estudante Sairam Rivas para participarem de audiência pública sobre violência na Venezuela.

Os dois convidados enviaram cartas e vídeo ao senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), presidente da CRE. O requerimento é do senador José Agripino Maia (DEM-RN).

Rivas passou 132 dias presa, sendo 55 sem ver a luz do sol, e é candidata independente ao parlamento venezuelano. Javier é jornalista e revelou no livro “Testemunhos da Repressão” atos violentos praticados por policiais e militares do governo Nicolás Maduro nos primeiros seis meses de 2014.

Javie e Rivas participarão entre novembro e dezembro das gravações do documentário Missão Ushuaia Venezuela, que será produzido pelo documentarista baiano, Dado Galvão e o fotografo paraibano Arlen Cezar,  que pretendem acompanhar momentos pré e pós-eleições legislativas na Venezuela, anunciadas para 6 de dezembro.

A data da audiência ainda será definida pela comissão


Fontes: Senado Federal, CRE, Comunicação senador Aloysio Nunes
Missão Ushuaia, Venezuela. 21/08/2015.

Jornalista pede que governo brasileiro ajude a fiscalizar eleições na Venezuela

Miguel Henrique Otero em audiência na Comissão de Relações 
Exteriores do Senado. Foto: Gerdan Wesley 

O diretor de redação do jornal venezuelano "El Nacional", Miguel Henrique Otero, pediu nesta quinta-feira (20) que os senadores brasileiros façam um apelo para que o governo federal ajude a fiscalizar as eleições legislativas no país vizinho. 

Em visita à Comissão de Relações Exteriores do Senado, Otero disse que a Venezuela "é uma ditadura que sufoca, de todas as formas" os meios de comunicação críticos ao governo e não respeita opiniões divergentes. 

Ele criticou o governo do presidente Nicolás Maduro por ter aprovado leis que levaram ao fechamento de outros meios de comunicação e o acusou de agredir jornalistas fisicamente e de comprar jornais com dinheiro público. 

Otero afirmou também que os jornais do país não conseguem importar papel devido às restrições do governo à compra de dólares e que só conseguem sair em versão impressa com a ajuda de outros jornais latino-americanos. 

"Tudo isso levou o país e ter 40% do seu território a ter acesso a meios oficiais e o restante a veículos autocensurados. Os independentes, que somos nós, não conseguimos suprir a demanda", disse. 

O jornalista criticou ainda as prisões de opositores do governo e a prorrogação de suas detenções sem sentença e julgamento. "Assim funciona esse mecanismo moderno de deter presos políticos", disse. 

Otero também fez um apelo para que o Brasil tenha consciência da crise econômica que afeta o vizinho. Segundo ele, a crise é tão grave que o país está à beira de um colapso humanitário que pode afetar também o território brasileiro. 

CONVITE 

Miguel Henrique Otero é processado na Venezuela por ter feito uma reportagem sobre o envolvimento do presidente da Assembleia Nacional do país, Diosdado Cabello, com lavagem de dinheiro e tráfico de drogas. 

Por isso, afirmou, não retorna a seu país natal por temer ser preso. Ele foi convidado pelo senador José Agripino Maia (DEM-RN), que esteve na comitiva da oposição brasileira que foi à Venezuela em junho. 

Os parlamentares planejavam se reunir com políticos da oposição venezuelana. Porém, foram bloqueados na estrada entre o aeroporto e a capital Caracas e decidiram voltar a Brasília sem continuar a agenda. 

O episódio foi comentado pelos senadores. "A gente tem que aproveitar a oportunidade [de que ele está no Brasil] para tomar conhecimento, de qual é a situação de hoje e qual é a perspectiva de futuro da Venezuela", disse Agripino Maia. 

Durante a audiência, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) pediu à comissão um pedido formal à OEA (Organização dos Estados Americanos) para aprovar o envio de observadores internacionais para a eleição, em 6 de dezembro. 

Fonte: Folha de São Paulo 
Missão Ushuaia, Venezuela. 21/08/2015.

Jovens venezuelanos enviam cartas e vídeos com apelos ao senador Aloysio Nunes, presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado.


O jovem escritor e jornalista venezuelano, Carlos Javier Arencibia, revelou com detalhes atemorizantes no livro recém-lançado, “Testemunhos da Repressão”, atos violentos praticados por policiais e militares do governo Maduro (descrevendo 16 histórias de jovens torturados e 49 assassinatos em protestos), nos primeiros meses de 2014. 

Javier escreveu carta e enviou um vídeo ao presidente da CRE - Comissão de Relações Exteriores de Defesa Nacional do Senado, senador Aloysio Nunes (PSDB-SP). Na carta e no vídeo Javier pede um espaço para falar na Comissão de Relações Exteriores do Senado, sobre os relatos de tortura contidos no seu livro.

A estudante venezuelana Sairam Rivas (22 anos), ex-modelo, que passou 132 dias presa dos quais, 55 dias sem ver a luz do sol, também escreveu e enviou vídeo ao senador Aloysio, onde pede como candidata independente ao parlamento venezuelano, para falar em audiência na CRE, sobre perseguições e violações de Direitos Humanos, promovidas pelo governo de Nicolás Maduro. 

Os relatos de quando Sairam esteve presa estão no livro “Testemunho da Repressão”.

Cartas e vídeos foram encaminhados pelo documentarista Dado Galvão ao diplomata Eduardo Saboia, assessor do Senador Aloysio Nunes na CRE.

O documentarista baiano Dado Galvão e o fotógrafo paraibano Arlen Cezar, fazem na internet uma campanha visando conseguir apoio para viajar na última semana de novembro para a Venezuela, com objetivo de documentar o cotidiano pré e pós-eleições, anunciadas pelas autoridades venezuelanas para o dia 6 de dezembro de 2015. 

Informações e como ajudar o projeto denominado Missão Ushuaia, Venezuela, poderão ser obtidas no endereço: www.MissaoUshuaia.org

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Fonte: Missão Ushuaia, Venezuela 18/8/2015.

Comissão de Relações Exteriores do Senado ouvirá editor de jornal que considera Venezuela 'ditadura do século 21'

Editor do jornal venezuelano El Nacional, Miguel Henrique Otero

A Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) realiza audiência pública na próxima quinta-feira (20) com a presença do editor do jornal venezuelano El Nacional, Miguel Henrique Otero. O jornalista tem denunciado a situação política da Venezuela, que acusa ser "uma ditadura do século 21". 

Acusados pela Justiça venezuelana de difamar o presidente da Assembleia Nacional, Diosdado Cabello, Otero e outros 21 diretores de jornais foram proibidos de deixar o país, depois de reproduzirem uma reportagem do diário espanhol ABC, que publicou denúncia de um ex-chefe de segurança de Cabello, acusando-o de lavagem de dinheiro e de comandar um cartel de drogas.


"Esta ditadura venezuelana deve temer 30 milhões de pequenos mouse"
Arte: Untal_Ro

Quando a decisão saiu, o proprietário do El Nacional estava nos Estados Unidos. Desde então, não retornou à Venezuela e deu início a uma campanha junto a ONGs, organismos internacionais e associações jornalísticas em outros países para denunciar excessos do regime do presidente Nicolás Maduro.

O requerimento para audiência pública foi apresentado pelo senador José Agripino Maia (DEM-RN). A discussão ocorrerá no Plenário 3 da Ala Alexandre Costa, às 9h. Antes do debate, haverá reunião deliberativa da comissão. 

Fontes: Agência Senado, Untal_Ro 
Missão Ushuaia, Venezuela. 15/08/15

Justiça venezuelana mantém sigilo sobre a inflação na Venezuela.

"Venezuela tem fome de liberdade". Arte: Untal_Ro

O Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) da Venezuela rejeitou uma ação movida por uma ONG que pretendia obrigar o Banco Central da Venezuela (BCV) a divulgar a taxa de inflação ao público. A decisão foi revelada na sexta-feira.

Esse dado inofensivo costumava ser divulgado mensalmente, mas atualmente o índice de preços ao consumidor (IPC) se tornou um segredo de Estado na Venezuela. A última divulgação oficial da inflação foi em fevereiro passado, quando o BCV registrou uma variação de 5,6% com relação ao mês anterior. Desde então, essa instituição controlada pelo Executivo, assim como o TSJ, já está há seis meses sem publicar os índices.

O regime chavista costuma aplicar um torniquete na circulação de estatísticas oficiais que, conforme considera, possam avivar o debate político e alimentar a “conspiração midiática” que denuncia regularmente. É assim, por exemplo, com os índices de homicídios e criminalidade desde 2005, e com os de epidemiologia após surtos cíclicos de dengue ou chikungunya.

Em julho, a organização Transparência Venezuela, associada à Transparência Internacional, apresentou ao TSJ uma “ação por abstenção” contra o presidente do Banco Central, Nelson Merentes, um matemático que foi ministro da Economia nos gabinetes de Hugo Chávez e Nicolás Maduro. A ação acusava Merentes de “descumprimento da obrigação quanto à publicação das principais estatísticas econômicas do país”.

Entretanto, em sua decisão 935 do último dia 4, a Sala Político-Administrativa do Tribunal Supremo arquivou o processo, alegando que os autores da ação não tinham feito suficientes diligências para obterem os dados solicitados do Banco Central. A ONG, em nota distribuída à imprensa na sexta-feira, disse que a decisão não é surpreendente, “mas nem por isso menos revoltante”.

Assim, o mutismo oficial a respeito da inflação, um dos flagelos que mais mortificam o cotidiano dos venezuelanos, recebe uma aprovação judicial. Maduro, nas raras vezes em que se refere fenômeno, o inclui entre as armas da guerra econômica que a “burguesia especuladora” trava contra a revolução, segundo o Governo. A inflação vai adquirindo na Venezuela uma espécie de categoria sobrenatural: sentem-se seus efeitos, mas não se pode determinar –talvez nem sequer compreender– sua existência.
A mais alta do mundo

Ainda segundo as cifras oficiais, a inflação da Venezuela estava entre as mais altas do mundo no fim de 2013 (56%) e 2014 (68,5%). Neste ano, deve atingir índices típicos da hiperinflação. Como se fossem ofertas em um leilão, e diante da falta de cifras precisas, diversos porta-vozes aventuram suas estimativas. O Bank of America calculava em julho que o ano fechará na Venezuela com uma inflação de aproximadamente 142%; a qualificadora JP Morgan, em seu mais recente relatório divulgado nesta terça-feira pelo jornal El Nacional, de Caracas, prognostica, “diante da ausência de relatórios oficiais”, um aumento de 140% nos preços. O economista Steve Hanke, catedrático da universidade Johns Hopkins, de Maryland (Estados Unidos), advertia em julho que o processo inflacionário na Venezuela tinha ingressado em “uma espiral de morte” e que a elevação real do custo de vida nos últimos 12 meses atingia 615%.

Em junho, o ministro do Planejamento e Comércio, Ricardo Menéndez, sabatinado no Comitê de Direitos Culturais, Econômicos e Sociais das Nações Unidas, em Genebra, admitiu que a inflação até aquele mês acumulava, desde janeiro, alta de 60%. Entretanto, ao voltar a Caracas negou ter citado essa cifra.

Fontes: El País, Untal_Ro
Missão Ushuaia, Venezuela. 13/08/15

Opositor venezuelano Daniel Ceballos se reúne com sua família

O ex-prefeito de San Cristóbal e opositor do governo venezuelano, Daniel Ceballos, aparece na janela de sua casa em Caracas ao lado dos filhos e da esposa Patricia Ceballos, após ter prisão domiciliar concedida por motivos de saúde - 12/08/2015 (Christian Veron/Reuters).

Ceballos recebeu o direito de cumprir sua pena em prisão domiciliar após mais de um ano de detenção. Ele foi acusado de incitar a violência em protestos contra o governo

Daniel Ceballos, um dos vários políticos da oposição na mira do governo de Nicolás Maduro e que estava preso há quase um ano, foi transferido nesta quarta-feira para sua residência em Caracas, após um tribunal da capital conceder o regime de prisão domiciliar ao ex-prefeito de San Cristóbal. Ceballos foi preso em março de 2014 sob acusação de incitar a violência em protestos de rua contra o governo de Maduro.

"Com sentimentos misturados, feliz por estar com a minha família", afirmou da janela de seu apartamento, de onde respondeu às perguntas dos jornalistas. O líder do partido de oposição Vontade Popular foi transportado por volta da 1 hora da madrugada até sua casa, acompanhado por um grupo de funcionários dos Serviços Bolivarianos de Inteligência (Sebin), informou a agência EFE.

"Daniel foi recebido por sua esposa e seus três filhos e, neste momento, se encontra com seus familiares mais próximos e alguns amigos que estão aqui para recebê-lo", afirmou sua advogada de defesa, Ana Leonor Acosta, minutos depois da chegada do opositor. Segundo a advogada, Ceballos permanecerá sob a custódia dos funcionários do Sebin.

Desde que foi preso, em 19 de março de 2014, Ceballos já ficou detido em uma sede de detenção policial dos serviços de inteligência em Caracas, em uma prisão para criminosos comuns do Estado de Guárico e na prisão militar de Ramo Verde, nos arredores de Caracas, onde López continua detido.

Fontes: EFE, Veja
Missão Ushuaia, Venezuela. 12/08/2015.

Presidente da Venezuela diz ver 'ameaça de golpe' no Brasil


Assista ao programa "Contato com Maduro", obrigatoriamente 
transmitido pela TV, com quase quatro horas de duração.

SAMY ADGHIRNI CARACAS, VENEZUELA (FOLHAPRESS) - O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse na noite desta terça-feira (11) que a colega brasileira, Dilma Rousseff, é alvo de um mesmo suposto ataque golpista que busca derrubar vários governos de esquerda na América Latina. 

"Existem ameaças de golpe de Estado no Brasil nos próximos meses", disse o presidente em seu programa semanal de rádio e TV, "Contato com Maduro". "

Se se atrevem a se meter com o Brasil, o que será do resto?", questionou Maduro. Ele citou também "tentativas de desestabilização" contra os governos da Bolívia, do Equador e da própria Venezuela. Não estava claro a quem Maduro se referia, mas a menção à situação sul-americana surgiu logo após críticas aos EUA, às "oligarquias" e à "ultradireita" que, segundo ele, são inimigas "dos povos".

"Não poderão contra os movimentos revolucionários e progressistas da América Latina", afirmou. O Brasil foi o caso mais citado no programa. Maduro disse que Dilma foi eleita com uma "quantidade impressionante de votos" no ano passado e a chamou de "grande presidente." 

"Tentaram de tudo para sabotar a Copa do Mundo no Brasil. Disseram que não ia acontecer, que o [governo brasileiro] não dava conta de terminar as obras. Insultaram a presidente Dilma. Mas acabou sendo o melhor mundial da história", disse Maduro, que prometeu "acompanhar sempre o povo brasileiro."

"Quando o palhaço quer fazer magia, a primeira ação que faz é distrair"
Arte: Untal_ro 

Maduro se referiu ainda ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que, segundo ele, "levou o Brasil ao melhor nível de desenvolvimento de sua história." 

As declarações do presidente indicam preocupação de Caracas com a possibilidade de impeachment contra Dilma. 

Além dos laços econômicos estreitos, que permitem à Venezuela manter investimentos e importações de alimentos do Brasil apesar das dificuldades de pagamento, o governo brasileiro é visto por Caracas como um aliado político imprescindível. 

Setores da oposição venezuelana torcem silenciosamente por uma mudança de governo no Brasil para isolar e enfraquecer ainda mais a presidência de Maduro, já assolada pela crise econômica e pela degringolada do preço do petróleo, principal fonte de renda da Venezuela.

Fonte: Folha de São Paulo, Untal_Ro
Missão Ushuaia, Venezuela. 12/08/15

Venezuela apresentará provas aos EUA de suposto plano de desestabilização

Clique na imagem para assistir.

Caracas (Venezuela), o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou nesta segunda-feira que uma comissão especial do governo apresentará, nos próximos dias, provas de um suposto plano de desestabilização do país aos Estados Unidos. Maduro afirmou que o "plano abutre" foi dirigido pelo Comando Sul do Exército americano - que reúne a região da América do Sul, América Central e Caribe. 

Fontes: EFE-Brasil, VTV - Venezuela, Yahoo Notícias.
Missão Ushuaia, Venezuela. 12/08/15

Justiça da Venezuela concede prisão domiciliar a opositor Daniel Ceballos


Patricia de Ceballos se une a manifestantes para pedir a libertação 
e seu marido, Daniel Ceballos, na Venezuela, em 23 de maio 
(Foto: Reuters/Carlos Eduardo Ramirez).

Tribunal citou 'razões de saúde' para concordar com transferência.
Ex-prefeito de San Cristóbal está preso desde março de 2014. 


Um tribunal de Caracas concedeu, nesta terça-feira (11), o regime de prisão domiciliar por razões de saúde ao ex-prefeito de San Cristóbal (oeste) Daniel Ceballos, preso desde março de 2014 acusado de incitar a violência nos protestos de rua contra o governo venezuelano de Nicolás Maduro.

"Após a solicitação do Ministério Público, o Tribunal 15º de Justiça da Área Metropolitana de Caracas (AMC) acordou uma medida cautelar de prisão domiciliar para Daniel Ceballlos, por razões de saúde", informou o Ministério Público em um comunicado. 

Ceballos, líder do partido de oposição radical Vontade Popular, "será levado a uma residência localizada em Caracas, na qual cumprirá a medida", completa o comunicado. 

A informação foi anunciada no Twitter por sua esposa e atual prefeita de San Cristóbal, Patricia de Ceballos, e por seu advogado Juan Carlos Gutiérrez, que comemorou como "um avanço para a liberdade".

Daniel Ceballos

No último 11 de junho, Ceballos pôs fim a uma greve de fome em protesto por sua detenção, que havia iniciado 20 dias antes junto ao líder de seu partido Leopoldo López, também detido após ser acusado de incitar a violência durante os protestos que agitaram a Venezuela em 2014, e que deixaram 43 mortos e centenas de feridos.

"Após a greve de fome está em recuperação. A prisão domiciliar lhe permitirá fazer exames detalhados, ter uma equipe multidisciplinar, que fará avaliações e diagnosticará com precisão seu estado de saúde. Serão seus médicos que explicarão suas condições de saúde", declarou seu advogado.

Ceballos, preso desde 19 de março de 2014, permanece há vários meses em uma sede de detenção policial dos serviços de inteligência em Caracas, e previamente havia permanecido em uma prisão para processados comuns do Estado de Guárico (centro) e na prisão militar de Ramo Verde, nos arredores de Caracas, onde López continua detido.

Em 1º de maio, o prefeito de Caracas Antonio Ledezma, preso desde fevereiro por sua suposta conspiração contra o governo venezuelano, foi transferido para sua residência após ser operado de uma hérnia, onde permanece também em regime de prisão domiciliar.

Fontes: France Presse, G1
Missão Ushuaia, Venezuela. 12/08/15

Venezuela: de olho nas eleições, oposição faz protesto contra crise econômica.

Manifestantes carregam um caixão com a bandeira da Venezuela
 CARLOS GARCIA RAWLINS / REUTERS

CARACAS - A oposição venezuelana promoveu, neste sábado, uma manifestação pacífica na área a leste de Caracas, entoando gritos de ordem contra a fome e a violência, numa tentativa de estimular seu eleitorado, antes das eleições parlamentares, que ocorrem em dezembro e podem significar uma mudança política no país.

Com placas em que se podia ler “Na Venezuela não tem nada”, além de bandeiras do país e de partidos, centenas de manifestantes se concentraram em um uma rua do distrito de Chacaíto, a leste da capital. Os protestos marcam um modesto início das ações de rua da oposição no país, depois de esta ter eleito 167 candidatos nas votações para o legislativo.

Os opositores haviam inicialmente convocado marchas em vários pontos de Caracas, mas, no fim das contas, só foi realizada a manifestação a leste da capital.

O protesto oposicionista ocorreu em meio à tensão gerada por alguns casos de saques a estabelecimentos comerciais e a um prédio público ocorridos nos últimos dias em algumas cidades. Os crimes haviam criado expectativas em torno dos protestos deste sábado.

— O inimigo do governo não é a oposição. O inimigo do governo é o Pentágono, o inimigo do governo é a realidade — disse Jesús Torrealba, secretário executivo da coalização oposicionista, defendendo que a crise é consequência do “desmoronamento do governo”.

Em seu discurso na manifestação, Torrealba convocou a oposição a preparar-se para as eleições de dezembro.

— Temos um país de medo. Temos medo de sair à rua. Temos medo de sair para buscar comida. A insegurança está nos matando — afirmou Julio Blanco, um advogado de 48 anos, em apoio ao protesto.

Enquanto balançava uma bandeira da Venezuela, Amalia Mendoza, uma desempregada de 60 anos, afirmou estar disposta a lutar pacificamente nas ruas para “despertar os indiferentes” e para conquistar a mudança política nas eleições parlamentares.

Analistas apontam que o principal desafio a ser enfrentado pela oposição é conseguir mobilizar uma população assolada por uma grave crise econômica — que forçou os venezuelanos a restringir seus orçamentos, diante de uma inflação desenfreada, e a enfrentar filas de várias horas para tentar comprar comida e remédios.

Apesar de serem vistos como os favoritos para vencer as eleições legislativas, os oposicionistas venezuelanos não conseguiram atrair grande concentração de pessoas nas manifestações realizadas nos últimos meses.

Luis Vicente León, presidente da Datanálisis, um instituto de pesquisas do país, acha que o número de pessoas nos protestos não pode ser usado como um indicador. Para ele, o baixo quórum está associado ao “medo” e à “frustração”, depois da violência que tomou os protestos contra o governo no ano passado. Em 2014, os protestos deixaram um saldo de 43 mortos e centenas de presos e feridos.

O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, tem afirmado que a crise é fruto de uma “guerra econômica” promovida por setores empresariais e a oposição, que desejariam prejudicar o seu governo. O governo afirma que os recentes saques fazem parte de um plano desestabilizador.

Empresários, analistas e oposição têm afirmado que a crise é consequência do esgotamento do modelo de controle de preços e taxas de câmbio, em vigor ha 12 anos no país. Eles propuseram ao governo mudar a política econômica, a fim de superar a crise. Esses grupos preveem uma piora na crise, diante da queda do preço do petróleo, responsável por 96% das exportações da Venezuela.

Fontes: O Globo e agências internacionais
Missão Ushuaia, Venezuela. 10/08/15

Oposição lança primeira candidata transexual da história da Venezuela


Caracas (Venezuela), 8 ago (EFE),(Imagens: Jackdwin Sáez).- A advogada e ativista venezuelana Tamara Adrian se tornou a primeira transexual a se candidatar em eleições no país, ao ter seu nome na lista da opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD), para o pleito legislativo de 6 de dezembro. "Minha candidatura abre as portas para aquilo que o governo e o PSUV (Partido Socialista Unido da Venezuela) tinham se negado a aceitar durante todo este tempo", disse a professora de direito, em entrevista coletiva realizada pela legenda.

Fonte: EFE
Missão Ushuaia, Venezuela. 9/8/2015

Entidade venezuelana abre processo contra "CNN" por notícias falsas


Caracas, 7 ago (EFE).- A Comissão Nacional de Telecomunicações da Venezuela (Conatel) informou nesta sexta-feira que iniciou um procedimento administrativo sancionatório contra a emissora americana "CNN" pela difusão de informações falsas de saques e violência na cidade de Maracay, capital do estado de Aragua.

Em seu site, a entidade assinalou que a decisão foi tomada com base em "instruções do Ministério para a Comunicação e Informação, dada a gravidade destes fatos, por seu grande impacto sobre a opinião pública".

A emissora americana de notícias emitiu ontem mesmo um comunicado no qual reconheceu seu erro sobre estas reportagens.

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, e o governador do estado de Aragua, Tareck el Aissami, acusaram ontem a "CNN" de fazer uma "campanha terrorista" contra o país e asseguraram que estas informações falsas de saques tinham a intenção de "desestabilizar".

Não é a primeira vez que o governo venezuelano verte críticas contra a "CNN", já que no início de 2015 os jornalistas dessa emissora perderam as permissões para trabalhar no país.

Horas depois o governo as devolveu após pedir "equilíbrio" e "retificação" na cobertura dos protestos antigovernamentais da época.



Fontes: EFE, RT - Espanhol
Missão Ushuaia, Venezuela. 07/08/2015

Escassez leva doentes a recorrem a remédios veterinários na Venezuela

Arte: Untal_Ro

Segundo Federação Farmacêutica, país tem 70% de escassez de remédios. Imunossupressores que evitam rejeição de órgãos transplantados sumiram.

Kevin Blanco se declara humilhado por ter de aceitar tomar remédio veterinário após um transplante de rim devido à falta de medicação para humanos na Venezuela.

Segundo cálculos da Federação Farmacêutica, o país sofre de 70% de escassez de remédios.

A prednisona e o cellcept - imunossupressores que evitam a rejeição de órgãos transplantados - desapareceram das farmácias públicas e privadas.

Isso colocou em uma situação crítica centenas de pacientes que não podem suspender a medicação um dia sequer, sob o risco de perder o órgão transplantado pelo qual esperaram por anos.

"Quando a prednisona humana acabou, todo mundo começou a procurar a canina", afirma o presidente da Federação Farmacêutica, Freddy Ceballos.

"Estas pessoas estão correndo risco de vida", afirma por sua vez Francisco Valencia, presidente da Fundação Amigos Trasplantados, que apoia esses pacientes.

Blanco, de 47 anos e transplantado há 15, esteve sem os dois medicamentos por um mês até a última terça-feira, quando voltou a receber os remédios, mas durante esse período precisou consumir prednisona para animais.

"É humilhante saber que tua vida depende de um medicamento para animais", afirma Blanco, 47 anos, acrescentando que seu médico alertou que o uso do remédio veterinário seria "por sua conta e risco".

O governo de Nicolás Maduro - que não divulga cifras oficiais da falta de remédios desde fevereiro de 2014 - nega a falta de prednisona, indicando que em julho Cuba enviou um lote de 1,2 milhão de pílulas.

Mas, segundo o presidente da Federação Médica Venezolana, Douglas León Natera, muitos pacientes estão comprando antibióticos, esteroides e medicamentos tópicos em pet shops.

Por trás disso tudo, está uma seca de recursos devido à queda dos preços do petróleo.

A crise da saúde também se vê na falta de insumos hospitalares, como reativos para exames, o que levou à suspensão de várias cirurgias, em um país onde os marcapassos já são reutilizados.

Fontes: France Presse, Untal_ro
Missão Ushuaia, Venezuela. 08/08/2015.

"Dado Galvão: um documentarista que adora bolivarianos... como temas de documentários... "


Minhas razões para apoiar o trabalho deste documentarista, Dado Galvão, que já tinha produzido um "épico" sobre a odisseia que representou a retirada do Senador boliviano Roger Molina, pelo então encarregado de negócios do Brasil em La Paz, Ministro Eduardo Saboia, são muito simples, agora que ele empreende a sua "Missão Ushuaia, Venezuela".

Em primeiro lugar, louvo sua coragem e empenho em fazer esse trabalho de documentação e divulgação sobre a realidade política da Venezuela, tendo presente algumas coisas que precisam ficar muito claras: a Venezuela é hoje uma ditadura sob todos os aspectos a não ser pelo nome; pode ser que ele seja impedido de trabalhar, e pode até ser expulso, ter seus equipamentos sequestrados, danificados, destruídos, sem excluir a possibilidade de detenção por horas ou dias, ou até mais; ele não poderia esperar nenhuma solidariedade de qualquer embaixador em Caracas, nem dos seus respectivos governos. Para todos os efeitos, a Unasur é bolivariana.

Ele entende que precisa fazer algumas provocações no exercício da cidadania MERCOSUL, e que se a Venezuela não tem compromisso com a liberdade do livre pensar (democracia) deveria ser afastada do MERCOSUL.

Missão Ushuiaia é um belo nome, mas pena não existe verdadeira cidadania Mercosul, pelo menos aplicada aos casos de regimes do Foro de São Paulo, um grupo fantoche a serviço da ditadura castrista.

Ele está consciente dos riscos, mas precisa da divulgação para conseguir apoio e ajuda para a sua viagem, pois até aqui só tem garantida a hospedagem em Caracas.

Pretende entrevistar os embaixadores dos países que fazem parte do MERCOSUL, e que estão em missão na Venezuela.

Desejo pleno sucesso à "Missão Ushuaia, Venezuela" de Dado Galvão.

Por: Paulo Roberto de Almeida*, Blog Diplomatizzando
*Doutor em Ciências Sociais (Universidade de Bruxelas, 1984), mestre em Planejamento Econômico (Universidade de Antuérpia, 1977), diplomata de carreira desde 1977. Trabalhou no Núcleo de Assuntos Estratégicos da PR (2003-2007). Professor no mestrado em Direito do Uniceub e professor-orientador no mestrado em diplomacia do Instituto Rio Branco. Ministro-conselheiro na Embaixada em Washington (1999-2003), chefe da Divisão de Política Financeira e de Desenvolvimento do MRE (1996-1999), conselheiro econômico em Paris (1993-1995) e representante alterno na Delegação junto à ALADI (1990-1992). Seleção de livros: O estudo das relações internacionais do Brasil (2006); Formação da diplomacia econômica no Brasil (2005); Relações internacionais e política externa do Brasil (2004); Os primeiros anos do século XXI: o Brasil e as relações internacionais contemporâneas (2002); O Brasil e o multilateralismo econômico (1999)

Governo da Venezuela usa justiça contra opositores, diz HRW

"Todo crime tem uma origem. *CNE Conselho Nacional Eleitoral"
Arte: Untal_Ro

O governo do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, usa o sistema judicial como uma punição política, com demandas penais contra dezenas de opositores que criticaram suas políticas nos meios de comunicação, denunciou nesta quinta-feira a organização Human Rights Watch.

Segundo a HRW, além dos processos mais notórios contra dirigentes políticos como Leopoldo López, dezenas de críticos menos conhecidos enfrentam ou foram ameaçados de ações penais por autoridades venezuelanas.

Mas o mais grave é a "ausência de um poder judicial independente" que possa frear as ações do poder Executivo, advertiu a organização americana.

"O governo da Venezuela utiliza o sistema de justiça como uma fachada, mas a realidade é que os juízes e procuradores venezuelanos se converteram em soldados obedientes", disse José Miguel Vivanco, diretor-executivo para as Américas da HRW, em um comunicado.

Para Vivanco, "as autoridades venezuelanas abusaram, de forma recorrente, de suas faculdades para limitar a livre expressão, e isso impede um debate aberto e democrático, o que é especialmente importante diante das eleições legislativas que serão realizadas em dezembro", disse Vivanco.

Fonte: AFP, Untal_Ro
Missão Ushuaia, Venezuela 07/08/15

Escassez e economia em frangalhos colocam Venezuela à beira do abismo, diz relatório. Centro internacional alerta para risco de ‘desastre’ com agravamento da crise.

Protesto. Médicos reclamam de falta de equipamento nos hospitais. Mais de 13 mil profissionais de saúde deixaram a Venezuela nos últimos anos por falta de condições de trabalho - MERIDITH KOHUT/NYT

CARACAS - Com escassez de alimentos e bens de primeira necessidade na prateleira, remédios e médicos cada vez mais raros nos hospitais, e uma economia em frangalhos, o cenário na Venezuela se aproxima de uma crise humanitária. É o que afirma um recente relatório do International Crisis Group (ICG), importante centro de estudos sediado em Bruxelas. O documento aponta que a profunda turbulência econômica na qual o país mergulhou nos últimos anos está se desdobrando numa crise social que pode se transformar num “desastre social que abalará não apenas as políticas domésticas e a sociedade da Venezuela, mas também seus países vizinhos”.

— A escassez não está somente nas prateleiras dos supermercados, mas sem dúvida a falta de acesso a alimentos processados, somada à dificuldade de obtenção de remédios nas farmácias e hospitais, está gerando um cenário na área da saúde muito próximo daquele encontrado nos países que enfrentam crises humanitárias — disse ao GLOBO o diretor do ICG para a América Latina, Javier Ciurlizza. — Em nosso trabalho de investigação, estivemos em contato com muitos militantes chavistas, e mesmo eles reconhecem que o governo tem fracassado em levar adiante seus projetos sociais. 

Sob o pesado controle do Estado

O quadro de escassez de profissionais é particularmente preocupante na área da saúde. Em abril, o presidente da Federação Médica Venezuelana, Douglas León Natera, informou que pelo menos 13 mil médicos haviam deixado o país nos últimos anos, e afirmou que a saúde no país vivia uma crise com tendência a se agravar progressivamente. Ele acusou o governo do presidente Nicolás Maduro de manter, deliberadamente, a população desinformada sobre as epidemias que se alastravam pelo país.

O documento do ICG destaca cinco pontos críticos na Saúde venezuelana, entre eles a falta de leitos e materiais nos hospitais, a escassez de remédios disponíveis, a decisão do Ministério da Saúde de não publicar mais boletins oficiais sobre as epidemias no país, e a dificuldade no atendimento neonatal, especialmente nas zonas rurais, o que muitas vezes obriga gestantes em trabalho de parto a passarem por vários hospitais antes de conseguirem atendimento. Como consequência, as mortalidades materna e infantil, que haviam caído durante o período de Hugo Chávez à frente da Presidência, voltaram a subir. 

Para Diederik Lohman, diretor associado de saúde da ONG Human Rights Watch (HRW), muitas das dificuldades enfrentadas pelo sistema de saúde venezuelano têm origem no fato de o país praticamente não produzir insumos ou medicamentos, sendo obrigado a recorrer a importações, que se tornam inviáveis frente ao controle cambiário do governo. Além disso, as reservas em moeda forte, que em 2008 chegaram ao ápice, com US$ 42 bilhões, em junho passado já tinham despencado para apenas US$ 16 bilhões. 

— Importadores não conseguem trazer os remédios para o país — conta Lohman. — O único que tem acesso aos dólares é o próprio Estado, que até fecha acordos de compra de medicamentos com países aliados, mas que, segundo seus próprios boletins, compra quantidades erradas, e muitas vezes negocia a compra de medicamentos vencidos. É uma infeliz combinação de má gestão e descontrole. 

As acusações de Natera sobre a divulgação de dados oficiais são corroboradas pela ONG e pelo centro de estudos.

"Duvido que esta noite maduro jante pátria". Arte: Untal_Ro  

— O problema das informações oficiais é comum na saúde, mas não está restrito a ela — relata o diretor da HRW. — Espalha-se por todas as áreas do governo, que oculta dados e utiliza teorias conspiratórias contra quem o critica. Maduro faz isso agora, mas Chávez já fazia isso antes.

Já Ciurlizza diz que o combate à pobreza, carro-chefe do governo desde a chegada de Chávez ao poder, em 1999, também tem índices mascarados pelo governo. Há indicações de que as melhorias conseguidas entre 2003 e 2012 foram revertidas.

— O último indicador oficial disponível, de 2013, indicava 27,3% de pobreza no país. Desde então novos índices não foram divulgados, mas em março, um estudo realizado por três universidades venezuelanas apontava um crescimento do índice de pobreza para 48,4%.

Prateleiras vazias. Área da saúde é uma das mais afetadas pela crise 
no país - WILLIAMS MARRERO / WILLIAMS MARRERO / EL NACIONAL


Advogados acusam governo

Além dos desafios na economia e na saúde, o país também é alvo de constantes críticas em outra áreas. Em nota, o Instituto de Direitos Humanos da Associação Internacional de Advogados acusou o governo de perseguir juristas, citando como exemplo o caso da juíza María Lourdes Afiuni, presa a pedido do presidente da Assembleia Nacional, Diosdado Cabello, que também teria usado seu programa na TV estatal para pedir a prisão de três advogados acusados de desacato.

— É uma tentativa de intimidar o Direito na Venezuela, que levará à destruição da confiança pública na Justiça — afirmou o copresidente da entidade, Hans Corell. 

Fontes: Felipe Benjamin - O Globo, Untal_Ro
Missão Ushuaia, Venezuela. 06/08/15.

Distúrbios em cidade da Venezuela terminam com saques e prefeitura incendiada

"Um país duas visões e a mesma triste realidade, 'Venezuela ferida' ".
Arte: @Untal_Ro

Caracas, 5 ago (EFE).- Pelo menos dois caminhões que transportavam comida na cidade de Sinamaica, no noroeste da Venezuela e próxima à fronteira com a Colômbia, foram saqueados por um grupo de pessoas que depois incendiou a sede da prefeitura, informou nesta quarta-feira a imprensa local. A informação sobre os distúrbios foi confirmada pelo secretário de governo regional do estado de Zulia, Billy Gasca, em sua conta no Twitter, onde afirmou que os "lamentáveis fatos" estão sendo avaliados pelas autoridades locais. 

Segundo o jornal "Panorama", com sede em Maracaibo (capital do Zulia), porta-vozes da prefeitura informaram que cinco escritórios foram danificados no incidente. Já o caraquenho "El Nacional" afirma que o saque aos dois caminhões de transporte de comida aconteceu como medida de protesto "contra a escassez e o racionamento de alimentos" que assola a cidade, que vive em "condições deploráveis, passando vários dias sem energia elétrica e sem conexão à internet". Por sua vez, o site do jornal "Últimas Notícias" publicou que porta-vozes da prefeitura, "que pediram anonimato por não estarem autorizados a falar, indicaram que o ataque começou na noite de terça-feira, quando os agressores entraram no prédio da prefeitura e, após roubar eletrodomésticos e computadores, atearam fogo às instalações". 

As autoridades oficiais não se pronunciaram sobre estes novos distúrbios que se seguem a outros que ocorreram em outras partes da Venezuela desde o início deste mês e que reavivaram as críticas pela situação de crise econômica e de insegurança do país. O governador do estado venezuelano de Bolívar, Francisco Rangel, confirmou no último dia 31 de julho que uma pessoa morreu durante o saqueamento de um armazém de alimentos na cidade de San Félix, em um incidente que terminou com pelo menos 60 detidos. 

O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, disse no mesmo dia que a morte deste jovem foi um evento "planejado" executado pela "direita maltratada" que, segundo ele, recebe ordens dos Estados Unidos. As principais críticas do lado opositor partem da aliança partidária Mesa da Unidade Democrática, que convocou para 8 de agosto uma "jornada nacional de protesto contra a fome, o crime organizado e pela liberdade". Durante o último ano a Venezuela passou por frequentes ciclos de escassez e desabastecimento, o que provocou longas filas nas lojas, com as pessoas disputando principalmente produtos alimentícios e artigos de higiene pessoal.

Fontes: Agência EFE, @Untal_Ro
Missão Ushuaia, Venezuela. 06/08/15

Maduro define lista de candidatos a deputado, e põe a mulher como cabeça de lista


Cilia Flores e seu marido, Nicolás Maduro(EFE/VEJA)


O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, escolheu sua esposa, a primeira-dama Cilia Flores, para liderar a lista de candidatos chavistas nas próximas eleições legislativas do país. Conhecida entre os venezuelanos como a "primeira combatente", Cilia já presidiu a Assembleia Nacional e foi procuradora-geral da Venezuela. Ela vai disputar as eleições para deputado por Cojedes, seu Estado natal, no dia 6 de dezembro.

"Ela pediu minha opinião e eu disse 'você é livre para ir à batalha, pois tem sua própria liderança, seu próprio espaço e não há machismo que vá te limitar'", disse Maduro durante um encontro com os candidatos governistas, entre eles ex-ministros, artistas e esportistas venezuelanos.

A advogada de 62 anos, que costuma acompanhar o marido em eventos públicos, acaba de ganhar de Maduro um programa de TV. 'Com Cilia em Família' estreou no dia 3 de maio na rede estatal Venezolana de Televisión (VTV). Cilia integrou o grupo de advogados que defendeu Hugo Chávez quando ele foi preso por liderar um golpe frustrado em 1992.

Primeira-dama da Venezuela ganha do 'maridão' um programa de TV

A primeira-dama da Venezuela, Cilia Flores, chamada carinhosamente de "primeira combatente" por seu marido Nicolás Maduro, apresentará um programa de televisão que se chamará 'Com Cilia em família'. O programa televisivo foi descrito como uma atração "familiar de variedades" vai ao ar na rede rede Venezolana de Televisión (VTV), estatal, claro. O próprio Maduro anunciou que a atração é um presente para sua mulher, que "contará as histórias de verdade da Venezuela".

O programa da primeira-dama será apenas mais um entre o amplo espaço de televisão e rádio que o governo bolivariano dispõe no país. Maduro possui programas para chamar de seus, assim como o presidente do parlamento, o governista Diosdado Cabello, todos transmitidos pela rede estatal VTV.


Veja o primeiro programa completo.


Maduro, fiel ao estilo do seu mentor Hugo Chávez, mantém os programas de rádio e televisão para informar sobre a "revolução bolivariana". Em seu caótico programa dominical 'Alô presidente', que não tinha horário para terminar e nem um roteiro defindo, Chávez permaneceu 1.656 horas no ar, o equivalente a 69 dias ininterruptos de transmissão.

O último 'Alô presidente' foi ao ar em 29 de janeiro de 2012, semanas antes que o presidente venezuelano se submetesse a uma intervenção cirúrgica para combater um câncer que finalmente acabou com sua vida em março de 2013.

Fontes: Veja, VTV
Missão Ushuaia, Venezuela. 05/08/15