"A Democracia e o fortalecimento do Estado de Direito são pilares fundamentais da integração regional".

Uma pessoa morre e dezenas são presas após saques na Venezuela


Jovem de 21 anos levou tiro no peito e 60 pessoas foram detidas.
Governador diz que ataque a supermercados teve motivações políticas

Uma pessoa foi morta e dezenas foram detidas após saques de supermercados em Ciudad Guayana, no sudeste da Venezuela, disse o governador nesta sexta-feira (31), em meio à falta de alimentos no país.

Consumidores que buscavam escassos bens de consumo como milho, arroz e farinha invadiram o estoque de um supermercado nesta sexta-feira de manhã, levando outros estabelecimentos comerciais na área a fechar as portas, relatou o jornal local "Correo del Caroni".

O governador do Estado, Francisco Rangel, do partido governista Socialista, disse que os saques tinham motivação política.


Pessoas saqueiam um supermercado em San Felix, na Venezuela, 
na sexta (31) (Foto: Reuters/Wilmer Gonzalez )

"Um grupo de motoqueiros armados chegou e disse que iria saquear certos estabelecimentos", disse o governador à rede venezuelana Globovisión. "Tenho certeza de que não foi espontâneo, e sim planejado, com motivo político."

Gustavo Patinez, de 21 anos, morreu com um tiro no peito, segundo o "Correo del Caroni", acrescentando que 60 pessoas foram detidas. Lojas na área ao redor estavam fechadas ou protegidas pela Guarda Nacional e policiais.

Os baixos preços do petróleo e uma cada vez mais disfuncional série de controles de câmbio e preços têm fomentado uma escassez de bens de consumo e causado confusão em filas de supermercados pelo país.

O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, culpa líderes da oposição e empresários, dizendo que eles estão travando uma "guerra econômica" contra seu governo ao aumentar preços e acumular bens. Críticos dizem que os problemas devem-se a um fracassado modelo econômico liderado pelo Estado.

Fontes: Reuters, G1.
Missão Ushuaia, Venezuela. 01/08/2015.

Crise leva consumidores a brigar por mercadorias na Venezuela


Imagens mostram que a crise está levando a população ao desespero: uma multidão corre atrás de pacotes de arroz. 

A Venezuela transformou-se em cenário cotidiano de cenas de angústia dos consumidores, como as imagens que mostrou o site venezuelano “El Pitazo”, que exibe uma multidão em um supermercado correndo atrás dos pacotes de arroz, disputando desesperadamente o produto, que é uma das diversas mercadorias que estão escassas no país.

Paradoxalmente, apesar da escassez de produtos que assola a Venezuela, nesta quinta-feira, forças militares enviadas pelo governo do presidente Nicolás Maduro ocuparam, em Caracas, depósitos da Polar, a maior cervejaria e distribuidora de alimentos da Venezuela, cuja rede de distribuição é usada por diversas empresas multinacionais de alimentos.

Nesses terrenos o governo de Nicolás Maduro - que está em campanha eleitoral - pretende construir casas populares.

O desabastecimento está levando os venezuelanos a dedicar parte do dia à procura de produtos. Segundo a consultoria Datanálisis, em Caracas em média as pessoas vão a quatro supermercados diferentes por semana e passam 5 horas nas filas.

"Existe outra maneira de descobrir como se sente um venezuelano ao tratar de alimentar sua família, entre seu salário e a escassez ?"
Arte: @Untal_Ro  

Por trás do desabastecimento geral nos comércios do país, estão as barreiras aplicadas pela administração de Maduro para o acesso aos dólares. O governo afirma que a escassez de produtos é culpa da “oligarquia”, que está realizando – segundo o chavismo – uma “guerra econômica” contra o presidente Maduro. Para complicar, o país está em recessão e mergulhado em uma crescente inflação que, segundo os economistas, passaria dos 200% neste ano.

Enquanto isso, o governo Maduro apela a um eventual conflito externo para distrair a atenção: o presidente do Parlamento venezuelano, Diosdado Cabello, o segundo homem mais forte do chavismo, ameaçou a Guiana com uma “resposta militar”, depois que o governo desse país reafirmou suas fronteiras com a Venezuela. “Hoje o governo publicou esses supostos limites. É uma provocação, na realidade, para que haja uma resposta militar de nosso lado”, sustentou Cabello.

Nas últimas semanas o presidente Maduro deslanchou uma campanha intensa de reivindicação de Esequibo, região no oeste da Guiana, que representa quase dois terços do território do vizinho e pequeno país. A reivindicação territorial data do século 19. No entanto, até o presidente Hugo Chávez (1999-2013) havia deixado essa reclamação arquivada durante seu governo. Mas, há poucos meses a companhia americana Exxon encontrou petróleo no mar, na área de Esequibo. Desta forma, o assunto voltou à tona em plena campanha para as eleições parlamentares da Venezuela, nas quais, segundo pesquisa, o governo teria apenas 20% das intenções de voto.

Fontes: @ElPitazoTV, Globo News, @Untal_Ro
Missão Ushuaia, Venezuela. 31/07/2015.

Cineasta baiano vai gravar documentário sobre a Venezuela.

Dado vai mostrar questões das eleições da Venezuela

O cineasta baiano Dado Galvão, natural de Jequié, prepara uma saga para este ano. Ele vai até a Venezuela em novembro para acompanhar as eleições presidenciais do País e gravar o documentário Missão Ushuaia. O nome do documentário remete ao protocolo homônimo assinado por todos os países que ingressam no Mercosul.

Dentre os pré-requisitos para fazer parte do bloco ecônomico sul-americano, está o respeito à democracia. "O nosso documentário vai seguir essa linha. Se realmente há a violação de direitos humanos e não há segurança na Venezuela, o que ela faz no Mercosul? Por muito pouco o Paraguai foi retirado, após o impeachment de Lugo, e depois foi analisado que seguiu-se a constituição paraguaia", explicou Dado, que mantém o site Missão Ushuaia com matérias sobre questões venezuelanas.

Dado diz ter como objetivo "deixar claro que nem ditadura de esquerda, nem de direita servem à democracia". Ele vai para o País ao lado do fotógrafo paraibano Arlen Cezar. Ambos serão ciceroneados pela ex-modelo e estudante Sairán Rodrigues, de 21 anos, que ficou presa por 5 meses e chegou a ficar 55 sem ver o sol por fazer oposição ao presidente Nicolás Maduro. "Vamos falar com diversos venezuelanos, especialmente com os jovens que foram presos e ainda continuam lutando pela questão da democracia no País", afirmou Dado.


A hospedagem é a única coisa certa. Dado ainda está captando recursos para as passagens aéreas. "Anunciamos nas redes sociais e muita gente fez contato tentando passagens. Tem muitos amigos engajados em ajudar, mas até o momento estamos sem resposta".

Mais política

Este é o terceiro documentário de Dado. O primeiro, Conexão Cuba-Honduras (2013), resultou na visita da blogueira cubana Yoani Sánchez ao Brasil, e a Feira de Santana, onde foi vaiada.

O Cineasta Dado Galvão, a jornalista peruana Pilar Celi e o fotografo Arlen Cezar, foram proibidos de entrevistar o Senador boliviano Roger Pinto, que estava asilado (abril/2013) na embaixada do Brasil em La Paz - Bolívia. 

Ele também gravou o Missão Bolívia (2014). Nesse documentário, ele pretendia entrevistar Roger Pinto Molina, senador boliviano asilado na embaixada do Brasil no País. Para conseguir, contou com ajuda de políticos e advogados para levarem Molina de carro de La Paz até Corumbá, cidade mais próxima da fronteira da Bolívia. "A gente não conseguia autorização para entrevistá-lo na embaixada. Isso foi um absurdo".

Dado usou como exemplo o caso de Julian Assange, que estava na embaixada do Equador em Londres e deu entrevista coletiva aos jornalistas, para criticar a atitude da embaixada do Brasil. "A Contituição é deixada de lado por conta de uma ideologia política", afirmou.

Fontes: Bruno Porciuncula, Jornal A Tarde, Revista Época, www.MissaoBolivia.com
Missão Ushuaia, Venezuela. 31/07/2015.

“Testimonios de la represión” (Testemunhos da repressão)

Marvinia Jiménez, venezuelana, cidadã do MERCOSUL 

Repressão na Venezuela - Marvinia Jiménez - Reprodução

“Uma oficial se aproxima sorridente: "Deixem ela comigo". Monta em cima dela e bate no seu rosto. Não diz nada, só ri. Marvinia está só e indefesa. O resto dos policiais incentivam a agressora. Tira o capacete e com prazer começa a usá-lo para bater com toda a força na cara, cabeça e nuca, uma e outra vez. Não para de sorrir. Marvinia consegue tirá-la de cima com um chute no peito que a faz tropeçar e cair. Isso a enfurece, porque ela quebra uma unha.” Leia mais


Fontes: O Globo, "TuKarma TV Tu Canal"
Missão Ushuaia, Venezuela. 30 de julho de 2015.

Nota do senador Aloysio Nunes Ferreira sobre risco de fraude nas eleições da Venezuela

"Kit socialista para eleições. Tendência irreversível?"
Arte: @Untal_Ro

Brasília – O tirano Nicolás Maduro, companheiro do Foro de São Paulo do PT, renega o compromisso assumido com o governo brasileiro, no âmbito da UNASUL, de permitir o acompanhamento das eleições venezuelanas por organismos internacionais isentos.

Estamos a caminho de uma fraude eleitoral gigantesca. Dilma Rousseff precisa se pronunciar imediatamente.

Quanto a mim, cobrarei os compromissos assumidos pela diplomacia brasileira e reafirmados pelo ministro Mauro Vieira perante a Comissão de Relações Exteriores do Senado.

29 de julho de 2015.


Senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP)
Presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado (CRE).

RELEMBRE  



Fontes: Senador Aloysio Nunes, @Untal_Ro
Missão Ushuaia, Venezuela. 29/07/2015.

Capriles pede que OEA envie missão para observar eleições na Venezuela.


O dirigente opositor venezuelano Henrique Capriles se mostrou nesta segunda-feira esperançoso de que a Organização dos Estados Americanos (OEA) possa enviar uma missão de observação para as eleições legislativas de 6 de dezembro na Venezuela. O governador do Estado de Miranda disse que saía "satisfeito", após uma reunião de duas horas com o secretário-geral da OEA, Luis Almagro, na sede do órgão multilateral.

"Há várias iniciativas em curso", afirmou Capriles a jornalistas, sem dar detalhes. No mês passado, Almagro disse no Twitter que a OEA está disposta a se unir à observação eleitoral na Venezuela, caso o governo do presidente Nicolás Maduro aceitasse sua participação.

As autoridades venezuelanas não autorizaram recentemente a OEA a enviar observadores eleitorais, o que é indispensável, segundo os regulamentos do organismo.

Nesta segunda-feira, Maduro disse durante um ato em Miranda que setores da oposição pensam que, promovendo uma "guerra econômica" e ações de delinquência, a Venezuela poderia entrar em uma profunda crise que seria utilizada como desculpa para pedir a intervenção no país dos Estados Unidos e da OEA. O presidente acusou Capriles, sem fornecer provas, de ser o "articulador" dos grupos de delinquentes que estariam dispostos a criar o caos no país.

Fonte: Associated Press
Missão Ushuaia, Venezuela. 29/07/2015.

Madri convoca embaixador da Venezuela após ‘insultos’ de Maduro a Rajoy, premier espanhol.


Durante discurso televisionado, Maduro criticou medidas de ajuste econômico exigidas da Grécia por líderes europeus, e os chamou de “sicários”, citando o premier espanhol MADRI 

MADRI — O ministério das Relações Exteriores espanhol convocou nesta segunda-feira o embaixador da Venezuela na Espanha, Mario Ricardo Isea, para consulta por causa de “insultos inaceitáveis” ao primeiro-ministro Mariano Rajoy. No domingo, Nicolás Maduro chamou Rajoy de “sicário” durante um discurso televisionado, gerando mal-estar entre os governos.

— O Governo espanhol lamenta que o Presidente da República Bolivariana da Venezuela recorra repetidamente a declarações desrespeitosas — disse o ministério em um comunicado.

Isea foi recebido no Palácio de Santa Cruz, sede do ministério, pelo diretor-geral para a região ibero-americana, Pablo Gómez de Olea, que lhe comunicou a firme rejeição do governo pelas “afirmações e adjetivos injuriosos” de Maduro. A reunião durou pouco mais de 15 minutos e, na saída, o embaixador venezuelano não quis responder às perguntas dos jornalistas.

Em um discurso televisionado no domingo, Maduro criticou as medidas de ajuste econômico exigidas da Grécia por líderes europeus, e os chamou de “sicários”, citando nominalmente o premier espanhol. O presidente também reagiu com veemência à visita de vários senadores espanhóis a Caracas.

— Aí (na Grécia) vai acontecer algo. Outro sicário da Europa é Rajoy. São sicários; Rajoy é um sicário do povo — disse Maduro, se referindo à lei conhecida como “lei da mordaça”, aprovada na Espanha e muito criticada pela oposição que a considera um ataque à liberdade de expressão.

Essa não é a primeira vez que Isea é convocado. A última vez foi em abril, depois que o próprio Maduro acusou Rajoy de ser “racista”. Na ocasião, a diplomacia espanhola classificou as declarações como “intoleráveis”.

Fontes: O Globo e agências internacionais, TV estatal venezuelana. 
Missão Ushuaia, Venezuela. 28 de julho de 2015.

Venezuela pode ficar sem cerveja em duas semanas.

A Cervejaria Polar, responsável por até 80% da produção da Venezuela. 

Além dos alimentos, remédios e autopeças, agora a Venezuela sofre com a escassez de cerveja. A bebida, tão apreciada no país, vem faltando e corre o risco de sumir totalmente do comércio dentro de poucas semanas, caso nada seja feito para reverter a situação. Como reflexo da crise, o diretor geral da Federação Venezuelana de Licores e Afins foi preso.


A falta de cerveja é reflexo da falta de dólares preferenciais, que são liberados pelo governo venezuelano. Falta matéria-prima para a produção da cerveja e da “malta”, uma bebida não alcoólica que é bastante consumida por aqui, sobretudo por crianças e adolescentes. Há meses o governo não facilita o crédito em moeda estrangeira às empresas, entre elas as cervejarias, por isso elas não conseguem comprar no exterior os produtos necessários a uma taxa de câmbio aceitável, o que origina a falta quase tudo no país.

De acordo com o principal fabricante de cerveja do país, o estoque de cevada, malte e lúpulo é suficiente para mais duas semanas de produção. Depois não há previsão de quando será possível reabastecer as empresas e saciar o público que aprecia uma cervejinha. Ou seja, agora em agosto, que é um mês de férias, é alta a probabilidade de que falte cerveja no país. Antes era possível comprar cerveja por engradado, mas agora as adegas só vendem a bebida por unidade. Os fiéis consumidores da cerveja estão preocupados já que, em um país onde o panorama é tenso, a bebida serve como um relaxante momentâneo, ainda que pese no bolso.

Desde a última sexta-feira, o diretor geral da Federação Venezuelana de Licores e Afins (Fevelif) está preso. Ele foi levado preso por funcionários do Sebin (Serviço de Inteligência Bolivariana) dois dias após ter anunciado que as distribuidoras de bebidas estão em estado de “emergência” e que uma greve estava sendo organizada para quarta-feira desta semana.

Desemprego

A paralisação é motivada pela possibilidade da falta de cerveja, que é o principal produto comercializado pelas bodegas do país. Outros diretores da Fevelif informaram que Fray Loa possivelmente será apresentado hoje ao tribunal, mas que até o momento desconhecem o motivo pelo qual o diretor geral da Federação foi levado preso e tampouco de qual crime o acusam. Antes de ser preso, Fray Loa informou que sete estados da Venezuela estão sem cerveja e sem malta, e quatro fábricas de bebidas estão paralisadas.

"O venezuelano pode comprar: 3 sabonetes em uma semana (se encontrar), mas na há limites para embriaguez. Racionar e ver se assim, reage o meu país.Circo e cana, por isto estamos como estamos". Arte: @Untal_Ro 

Além da insatisfação do consumidor, há os reflexos econômicos deste freio obrigatório no consumo. A escassez da bebida mais popular do país pode acarretar no fechamento de fábricas de produção e também no de 8 mil bodegas em todo o país. Sem contar com a perda de empregos indiretos, ou seja, daqueles que trabalham no transporte do produto, nas empresas produtoras de embalagens, no setor de bares e de restaurantes - estes já bastante afetados pela falta de carne, farinha e outros produtos.

Por consequência, milhares de pessoas podem ficar desempregadas justamente em um período em que o país enfrenta uma altíssima inflação que a cada dia corrói o poder de compra dos venezuelanos.

Embora a Venezuela produza rum de altíssima qualidade, muitos deles inclusive premiados, a cerveja é a bebida alcoólica preferida dos venezuelanos. Aqui na Venezuela a população consume mais bebida alcoólica que no Brasil. O consumo per capita de álcool entre os venezuelanos é de 8,9 litros. Já entre os brasileiros, é de 8,7 litros por pessoa, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Antes, em tempos de vacas gordas, o venezuelano preferia o whisky à cerveja. Depois foi a vez do vinho, cujo preço de uma simples garrafa subiu a quase o equivalente a um salário mínimo. Se a situação continuar assim, a alternativa vai ser brindar com água.

Fontes: Elianah Jorge, correspondente da RFI Brasil em Caracas, @Untal_Ro
Missão Ushuaia, Venezuela. 27/07/2015.  

Por que o 'Minha Casa, Minha Vida' da Venezuela supera programa brasileiro?

Tese de doutorado apresentada na Unicamp conclui que Gran Misión Vivienda superou em qualidade outros programas do subcontinente ao de fato enfrentar a especulação imobiliária.


Alvo de críticas internacionais devido à violência e intimidação com que trata oposicionistas e por ter um sistema de governo muitas vezes classificado como populista, a Venezuela conseguiu desenvolver o mais eficiente programa de habitação popular da América Latina. Foi o que concluiu uma tese de doutorado, apresentada na Universidade de Campinas (Unicamp), feita pela economista Beatriz Mioto,. A pesquisadora comparou os diferentes modelos aplicados em países de dimensões econômicas e demográficas semelhantes – além da Venezuela, Brasil, Colômbia e México.


 Prensa Presidencial/Divulgação. O presidente Nicolás Maduro 
entrega a casa 700 mil de seu programa habitacional, em abril

"Não foi propriamente uma surpresa para mim a política habitacional venezuelana ter atendido a maior base social do governo e de maneira mais abrangente do que as demais", analisa Beatriz em entrevista ao iG. "A política habitacional venezuelana responde a uma conjuntura política única, de ascensão de um importante líder popular [Hugo Chávez], aliada ao aumento do preço do petróleo no mercado internacional, que permitiu inversões importantes no campo social."

Para chegar à conclusão, Beatriz realizou uma ampla pesquisa a respeito da história econômica e dos modelos de política habitacional na América Latina, que resultou na tese “As Políticas Habitacionais no Subdesenvolvimento: os Casos do Brasil, Colômbia, México e Venezuela (1980/2013)". O estudo foi feito ao longo de quatro anos e incluiu, além da pesquisa documental, visitas aos países inseridos para realizar pesquisas em bibliotecas, órgãos de planejamento e conjuntos habitacionais. 

De acordo com Beatriz, as mudanças que levaram ao que chama de uma "política habitacional única na América Latina" vieram no momento em que a boa fase econômica se encontrou com um governo mais voltado para as classes mais baixas, com uma série de programas sociais. 

Parte do Sistema Nacional de Missões – também conhecido como Missões Bolivarianas –, o programa, batizado de Gran Misión Vivienda (Grande Missão Moradia), começou de fato em 2011, após grandes enchentes desabrigarem e matarem milhares de pessoas no país, sempre em áreas periféricas, onde a estrutura é, assim como no Brasil, precária. Desde o início, o foco foi no atendimento àqueles de baixa renda que sofreram prejuízos. Segundo informações oficiais, até 25 mil venezuelanos morreram como consequência das chuvas no país no final de 2010. 

A partir de então, foi realizada uma ampla política iniciada com o mapeamento de terrenos vagos e irregulares, que, quando consideradas abandonados ou com uso inadequado – como ocorre para se justificar boa parte das ocupações realizadas por movimentos sem-teto no Brasil –, passaram a ser desapropriados, em um verdadeiro enfrentamento contra a especulação imobiliária. 

Desta forma, o programa foi capaz de viabilizar a parte da população não só imóveis em terrenos mais bem localizados (em áreas centrais ou próximas a estações de metrô, por exemplo), mas residências voltadas especialmente às pessoas que realmente necessitavam – em sua maioria, prejudicadas pelas enchentes de 2010 –, não àquelas que teriam condições de comprar suas casas por meio de crédito no mercado. 

"A periferização também é muito cristalizada na paisagem urbana em Caracas [capital da Venezuela], por exemplo, que visitei. Mas a política atual mitigou o problema, principalmente daqueles que se encontravam desabrigados e em áreas de risco iminente", ressalta Batriz. "Isso não significa que o problema esteja perto de ser resolvido, mas que a experiência venezuelana serve para a reflexão de como aproximar a casa não só do direito à moradia como, especialmente, do direito à cidade." 

David Shalom/iG São Paulo. Ocupação de prédio em São Paulo, 
no ano passado: pressão levou à reintegração de posse

O caso brasileiro

Único programa federal de habitação popular do Brasil, o Minha Casa Minha Vida entregou um total de 2 milhões de residências desde seu lançamento, em 2009, número amplamente superior às cerca de 700 mil unidades entregues na Venezuela nos últimos quatro anos, segundo dados oficiais. Apesar disso, qualitativamente, as ações federais estão distantes das necessidades da população de baixa renda.

Apesar de dependentes do programa, grupos sociais como o Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) criticam o fato de, diferente do que ocorreu na Venezuela, o modelo brasileiro não enfrentar de fato a especulação imobiliária no País, jogando as populações pobres às periferias em casas mal acabadas e distantes dos grandes centros. 

"O programa que temos no Brasil resolve os problemas das construtoras, não da moradia", ataca Natalia Szermeta, uma das coordenadoras nacionais do MTST. "O governo entrega a condição da moradia às empreiteiras, que constroem no pior local possível, do pior jeito possível. Se não existe enfrentamento a esses grupos, não existe forma de melhora social no País." 

É este justamente um dos pontos que coloca os programas brasileiro, mexicano e colombiano – países com projetos marcados por políticas neoliberais, que condicionam subsídios à dinâmica do mercado de crédito e dão liberdade de atuação do setor imobiliário sobre o mercado fundiário – abaixos do venezuelano. 

Mesmo o programa mais voltado para a participação direta das populações necessitadas no planejamento e construção de moradias – caso do Minha Casa Minha Vida Entidades, defendido pelo MTST e outros grupos sem-teto, modelo bastante difundido na Venezuela – encontra limitações no Brasil, pois os subsídios entregues a ele são amplamente inferiores àqueles cedidos ao mercado privado. 

"Aqui, o desenho da política passa antes pelos interesses e ganhos das incorporadoras, construtoras e proprietários fundiários do que pela transformação do espaço urbano e garantia do direito à moradia digna. Além disso, a ausência de uma política fundiária concomitante acirra esse conflito, com parte dos recursos destinados ao programa sendo drenados pela especulação", afirma Beatriz. 

"O aumento do teto do financiamento dos imóveis, por exemplo, responde muito mais ao aumento do preço dos terrenos do que dos insumos e mão de obra. Essa renda gerada pela especulação é a mais nociva tanto para a construção quanto para a qualidade dos imóveis e sua localização, já que ela é 'estéril' se comparada à renda gerada pelo aumento do emprego, da compra de insumos e capitalização da esfera produtiva das empresas." 

Direito à cidade

O programa venezuelano está longe de ser perfeito. Como um dos países mais pobres e violentos da América Latina, seu território segue com grandes populações vivendo em áreas periféricas insalubres, distantes de oportunidades de emprego e de inserção no modo de vida urbano. Além disso, a crise econômica atual, conforme aponta Beatriz, tende a prejudicar os programas sociais – assim como tem ocorrido no Brasil, com os sucessíveis adiamentos do lançamento da terceira fase do Minha Casa Minha Vida, atualmente previsto para o segundo semestre de 2015. 

No entanto, como conclui a pesquisadora, o modelo serve para a reflexão de como aproximar a habitação popular não só ao direito à moradia, de ter um teto, "como, especialmente, ao direito à cidade". "O problema maior nos casos comparados é a inexistência de mecanismos de controle do aumento dos preços dos terrenos, que acabam drenando parte dos recursos, impactando nos preços de aluguéis", diz Beatriz. 

"Isso também contribui para o aumento do déficit habitacional, já que há um aumento do número de famílias que comprometem mais de 30% da sua renda com aluguel e, por conseguinte, seu nível de consumo com alimentação, educação e lazer." 

Procurado pelo iG para comentar as críticas ao Minha Casa Minha Vida, o Ministério das Cidades não se manifestou até a publicação desta reportagem.

Facebook/Reprodução. Protesto do MTST, na semana passada: 
"Programa brasileiro não resolve problema da moradia" 

Fonte: IG - Última Segundo - Especial Venezuela
Missão Ushuaia, 27/07/2015

Deputados de vários países criam grupo para defender pluralidade política na Venezuela

"Na Venezuela defender teus direitos é um alto risco". 
Arte: @Untal_Ro

Deputados espanhóis, peruanos e uruguaios criaram, na sexta-feira, o Grupo de Parlamentares do Mundo Pela Democracia na Venezuela, que tem como propósito defender a pluralidade política e os valores democráticos. 

A criação do grupo foi anunciada durante uma conferência de imprensa em Caracas, na qual o parlamentar uruguaio Pablo Mieres, afirmou estar preocupado pelas recentes "inabilitações", o impedimento legal de candidaturas, de líderes políticos opositores às eleições parlamentares previstas para 06 de dezembro de 2015. 

"Viemos [a Caracas] para ajudar a que as coisas se encaminhem, no sentido de que as eleições de dezembro sejam o mais livres possíveis e, nesse sentido, preocupa-nos muito que se `inabilitem` dirigentes de partidos opositores", explicou. 

O acordo foi assinado pelos parlamentares espanhóis Dionísio Garcia Carneiro, do Partido Popular, Iñaki Anasagasti, do Partido Nacionalista Basco, Ander Gil García, do Partido Socialista Obreiro Espanhol, e Josep Maldonado, do Partido Convergência. 

Subscreveram ainda os deputados uruguaios Jaime Trobo, do Partido Nacional, Ope Pasquet, do Partido Colorado, Daniel Rádio, do Partido Independente, e o senador peruano Maurício Mulder, do Partido Aprista. 

A criação do grupo teve lugar depois de parlamentares espanhóis se queixarem, na sexta-feira, de terem sido impedidos pelas autoridades venezuelanas de visitarem, na prisão, o líder do partido político opositor Vontade Popular, Leopoldo López, e o ex-presidente da Câmara Municipal de San Cristóbal, o opositor Daniel Ceballos, na sede dos serviços secretos venezuelanos. 

Fonte: RTP - Portugal, @Untal_Ro
Missão Ushuaia, Venezuela. 26/07/2015.

"Direitos Humanos não tem territorialidade". Senador espanhol em missão na Venezuela.



"Indiferença" . Fonte: @Untal_Ro


Fontes: AFP, TV Venezuela, @Untal_Ro
Missão Ushuaia, Venezuela. 25/07/2015.

MERCOSUL - Cidadania Regional


Fonte: MERCOSUL - DH
Missão Ushuaia, Venezuela. 25/07/2015.

Maduro considera visita de senadores espanhóis à Venezuela "muito irritante".

No vídeo: Senadores espanhóis são impedidos de visitar o ex-prefeito 
da oposição de San Cristóbal, Daniel CeballosCeballos.
Clique na imagem para assistir. Fonte: AFP

CARACAS (Reuters) - O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, qualificou nesta sexta-feira de "muito irritante" a chegada ao país de uma comitiva de senadores espanhóis com a intenção de visitar o líder opositor preso Leopoldo López.

Os políticos, entre eles também um senador uruguaio, não conseguiram entrar nesta sexta-feira na prisão militar onde López está, nem na cela do ex-prefeito de San Cristóbal Daniel Ceballos no dia anterior. 

A chamada Mesa da Unidade Democrática (MUD), que reúne os partidos opositores, disse que as autoridades das unidades carcerárias não autorizaram o acesso dos políticos. 

"A mesa de dialogo venezuelana". Arte: @Untal_Ro 

Maduro, em entrevista à emissora Telesur, criticou a visita dos senadores. "É muito irritante que venha gente da Espanha dizer à Venezuela o que devemos fazer."

"Isso é revoltante, eu lhe digo, é revoltante ouvir esta direita espanhola vir aqui e dizer aos venezuelanos: vocês devem votar assim", disse ele. "Não precisamos que a extrema direita de Rajoy venha dizer à Venezuela 200 anos depois qual deve ser o nosso rumo."

Senadores espanhóis são barrados em presídio de onde está preso 
Leopoldo Lopez. Clique na imagem para assistir. Fonte: AFP

"Isso é revoltante, eu lhe digo, é revoltante ouvir esta direita espanhola vir aqui e dizer aos venezuelanos: vocês devem votar assim", disse ele. "Não precisamos que a extrema direita de Rajoy venha dizer à Venezuela 200 anos depois qual deve ser o nosso rumo."

O apoio de alguns políticos estrangeiros a líderes da oposição na Venezuela é um tema sensível para o governo de Maduro, que chamou muitos dos seus adversários de golpistas que tentam semear o caos para pôr fim à sua "revolução socialista".

Fontes: (Reportagem de Deisy Buitrago) REUTERS, AFP, @Untal_Ro 
Missão Ushuaia, Venezuela. 25/07/2015.

Venezuela sem cerveja: empresas do setor podem fechar.

Clique na imagem para visualizar o vídeo

Fonte: RTP - Portugal.
Missão Ushuaia, Venezuela. 24/07/15 

Senadores espanhóis são impedidos de visitar ex-prefeito preso na Venezuela.

Dionisio Garcia Carnero (e) e Josep Maldonado (d) questionam bloqueio 
na sede do Sebin - CARLOS GARCIA RAWLINS / REUTERS

CARACAS - A exemplo da comitiva do Senado brasileiro liderada por Aécio Neves (PSDB-MG), que nem ao menos conseguiu sair das imediações do aeroporto de Caracas, um grupo de senadores espanhóis foi impedido de visitar o ex-prefeito de San Cristóbal Daniel Ceballos, preso desde fevereiro de 2014. 

— Gostaríamos de poder entrar, e é por isso que viemos, mas não faremos qualquer crítica à decisão tomada pelas autoridades. Temos respeito — declarou o senador Dionisio García Carnero, do Partido Popular (PP), do presidente de governo Mariano Rajoy. 

García Carnero esteve acompanhado dos senadores Josep Maldonado (Convergencia i Unió), Iñaki Anasagasti (Partido Nacionalista Basco) e Andrés Gil (PSOE) na porta da prisão onde Ceballos está, no serviço de inteligência, após fazer greve de fome e ser transferido da carcerária de Ramo Verde. Eles não haviam recebido autorização prévia.

"A todos os nossos presos políticos só juntos conseguiremos libertá-los" 
Arte: @Untal_Ro 

O trio também tenta visitar Leopoldo López, líder do Vontade Popular, e as mulheres dos opositores detidos. Eles também se reúnem com a coalizão opositora Mesa de Unidade Democrática (MUD) e o conselho eleitoral nacional para se oferecer como observadores internacionais nas eleições legislativas de 6 de dezembro. 

O ex-presidente de governo Felipe González já havia sido barrado de visitar os presos, a quem ofereceu serviços de defesa. Tido como persona non grata, ele se junta às críticas de Nicolás Maduro contra a Espanha. Rajoy também foi rechaçado por suas críticas ao governo venezuelano.


"Declaração sobre direitos Humanos dos Presidentes do MERCOSUL e Estados associados. Montevidéu, 9 de dezembro de 2005. Em vésperas do 57º aniversário da declaração Universal dos direitos Humanos,os Presidentes do MErCoSUl e os Estados associados declararam a plena vigência dos princípios e valores que sustentam a declaração,e a necessidade de velar pelo respeito dos direitos e as liberdades fundamentais de todos sem discriminação por motivo de raça, cor, sexo, idioma, religião, opinião política ou de outra índole. igualmente, reafirmaram o compromisso com o respeito, proteção e promoção dos direitos Humanos, com base nos princípios de universalidade, indivisibilidade e interdependência dos direitos civis, políticos, econômicos, sociais e culturais, comprometendo-se a aplicar as políticas públicas tendentes a assegurar seu efetivo exercício, e destacaram a importância de desenvolver novos enfoques sobre os direitos humanos, como o direito à verdade promovendo a luta contra a impunidade em todas suas expressões. Neste sentido, os Presidentes do MERCOSUL e Estados associados sublinharam a importância das jornadas "mercosulinas" “Memória, Verdade e Justiça” celebradas em Montevidéu, no dia 16 de novembro de 2005, sobre as graves, maciças e sistemáticas violações de direitos Humanos ocorridas em muitos dos países da região nas décadas precedentes". 

Recentemente, uma comitiva brasileira liderada pelo senador Roberto Requião (PMDB-PR) cumpriu agenda com nomes da situação e da oposição, e apresentou um relatório na Comissão de Relações Exteriores do Senado. 

Mulher de López, Lilian Tintori acompanhou grupo - JUAN BARRETO / AFP 


Fontes: O Globo com Agências internacionais, MERCOSUL, @Untal_Ro.
Missão Ushuaia, Venezuela. 24/07/2015.


Venezuela endurece o controle do mercado de alimentos. A oposição diz que medida aumentará o preço dos produtos.

Supermercado em Caracas

Uma ordem administrativa da Superintendência Nacional de Gestão Agroalimentar da Venezuela busca encher as prateleiras vazias da rede estatal. A medida é parte da estratégia eleitoral devido às eleições parlamentares de dezembro. A criação de toda essa burocracia administrativa responde à ideia de garantir o que o chavismo chama de “soberania agroalimentar” mediante a planificação centralizada da economia. Economistas da oposição afirmam que a medida fará com que os preços dos produtos aumentem.

Impelido pelo descontentamento dos venezuelanos, o governo do presidente Nicolás Maduro está tentando evitar uma derrota que entregue o controle do poder legislativo à oposição em dezembro. A última decisão que busca restaurar a confiança perdida entre o eleitorado que o apoiou vem da Superintendência Nacional de Gestão Agroalimentar (SUNAGRO), que emitiu uma ordem às companhias filiadas à Câmara Venezuelana da Indústria de Alimentos (Cavidea) para que destinem uma porcentagem de sua produção de alimentos básicos aos supermercados do Estado.

Sucessivamente, os carregamentos de leite, arroz, açúcar, massa, farinha de pão, farinha pré-cozida de milho e azeite irão parar nas prateleiras vazias das redes estatais em uma porcentagem que, segundo a ordem administrativa, oscila entre 30% e 100%. A medida implica o reforço dos controles de uma indústria que já é muito supervisionada pelo governo. Há vários anos os alimentos básicos não podem ser distribuídos pelo país sem a autorização do Sistema Integral de Controle Agroalimentar (Sica), que vigia e controla mediante a emissão de uma guia de mobilização de armazenagem e distribuição. Todos os transportadores devem ter esse documento em mãos, o que inclui também a rota que seguem ao seu destino final, um seguro contra as férreas inspeções das autoridades em seu caminho.

Esse modelo já deu mostras de seu esgotamento. O Estado, que conta com poucas divisas em espécie para importar alimentos com a queda dos preços do petróleo, não pode importar os insumos finalizados que destina às redes públicas, e pretende encher as prateleiras com a produção privada.

"Duvido que esta noite, Maduro coma "pátria" no jantar"
Arte:@Unatal_Ro

Mais restrições

O modelo econômico defendido com unhas e dentes pelo presidente Maduro se recusa a entregar à indústria de alimentos os dólares necessários para que paguem a dívida de 1,4 bilhão de dólares (4,57 bilhões de reais) com seus fornecedores, que lhes permitiria produzir à plena capacidade.

É lícito supor que nos próximos dias haverá menor capacidade de alimentos nas redes privadas de supermercados, que são maioria e, portanto, as longas filas nos mercados privados aumentarão. A Cavidea afirma que na rede privada existem 113.859 estabelecimentos comerciais enquanto a rede pública possui 7.245 locais. Agora acontece o contrário: longas filas nos locais geridos pelo Estado e aglomerações menores de clientes nos supermercados privados. Mas em uma entrevista concedida ao jornal local 2001 o ministro da Alimentação, Carlos Osorio, negou que a decisão pretenda favorecer uma rede em detrimento da outra. Em sua opinião, o Governo busca uma “distribuição equilibrada” dos alimentos, de acordo com a capacidade e níveis de consumo das regiões.

Os economistas ligados à oposição afirmaram que com essa decisão os produtos irão encarecer ainda mais. Sem cifras oficiais que confirmem, a Venezuela está imersa em um processo que caminha à hiperinflação pela insistência de Maduro em manter o roteiro traçado por seu antecessor Hugo Chávez em seu programa de governo chamado Plano da Pátria.

Essa medida é também uma tentativa de tentar retirar a desvantagem que o Governo tem nas pesquisas. Em dezembro serão eleitos 165 novos deputados e tudo leva a crer que, se os números atuais se mantiverem, pela primeira vez em 16 anos o regime perderá o controle de um dos poderes públicos.

A guerra econômica

O economista espanhol Alfredo Serrano é o novo assessor do presidente Nicolás Maduro em assuntos econômicos. Essa nomeação confirma a intenção de Maduro em aprofundar a experiência do socialismo real na Venezuela, e de não contatar os órgãos multilaterais em busca de auxílio financeiro. O jornal El Nacional afirma que Serrano acredita no conceito de “guerra econômica” que explica, de acordo com o chavismo, que a escassez e o desabastecimento são consequência da maneira como a classe empresarial se relaciona com o governo.

Para produzir em épocas de controle de câmbio, o Estado entrega dólares subsidiados aos empresários para que importem matéria prima e produtos que depois oferecerão ao varejo. Para repor essa mercadoria o empresariado calcula seus custos de reposição na cotação do mercado negro. A diferença entre um valor e outro gera lucros rápidos que nenhum outro negócio pode dar.

Fontes: El País,@Unatal_Ro
Missão Ushuaia, Venezuela. 23/07/15

Procuradoria da República solicita documentação diplomática com menções a Venezuela e a Odebrecht .

Procuradoria da República do DF solicita documentação diplomática com menções a Venezuela e a Odebrecht Pedido ao Itamaraty faz parte da investigação sobre o empréstimo do BNDES para financiar construção de duas linhas de metrô em Caracas e Los Teques.

Ouça reportagem da Rádio CBN


Fonte: Rádio CBN
Missão Ushuaia, Venezuela. 23/07/2015.

Senadores espanhóis chegam à Venezuela

"Toma teu ticket e faz Silêncio". Arte: @Untal_Ro   

Senadores espanhóis convidados pela oposição venezuelana chegaram nesta quarta-feira (22) a Caracas, onde foram recebidos por membros da coalizão Mesa da Unidade Democrática (MUD), em uma viagem que deve se prolongar até sexta-feira e na qual tentarão visitar os presos políticos desta legenda.

"Viemos nos encontrar com os principais líderes políticos (...). Por outra parte, queremos também dizer que vamos nos reunir com parlamentares da MUD", declarou o senador do governante Partido Popular (PP), Dionisio García, a jornalistas.

García chegou acompanhado de Iñaki Anasagasti, do Partido Nacionalista Basco (PNV), Andrés Gil García, do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), e de Josep Maldonado, do Convergència i Unió (CiU).

O senador do PP disse que hoje também revisarão a Declaração de Caracas, um texto que será apresentado no final de sua visita e no qual detalharão os resultados da mesma.

García afirmou que a embaixada da Espanha na Venezuela solicitou, de parte dos senadores, reuniões com o presidente do parlamento, Diosdado Cabello, a procuradora-geral, Luisa Ortega, e a presidente do Conselho Nacional Eleitoral, Tibisay Lucena, mas que estas "ainda não foram confirmadas pela autoridades".

Os políticos europeus foram recebidos no aeroporto pelo embaixador espanhol, Antonio Pérez-Hernández y Torra, a líder opositora María Corina Machado, que recentemente foi inabilitada para exercer cargos públicos, e Mitzy Capriles, esposa do prefeito metropolitano de Caracas, Antonio Ledezma, que está preso acusado de conspirar contra o governo.

Ledezma, que está em prisão domiciliar por motivos de saúde, será o primeiro a ser visitado pelos senadores espanhóis em Caracas, que saíram do aeroporto com destino à residência do prefeito no leste da cidade.

O defensor público venezuelano, Tareq William Saab, qualificou hoje de "intervencionista" a visita deste grupo de senadores depois que ontem já havia expressado seu desagrado a esta viagem ao assinalar que faz parte de uma "campanha de descrédito contra o Estado venezuelano".

Fonte: EFE, @Untal_Ro
Missão Uschuaia Venezuela, 23 de julho de 2015.

ONU: Comissão Interamericana de Direitos Humanos denuncia que TV estatal persegue ativistas de Direitos Humanos na Venezuela.

"Passo a passo acabando com toda esta censura completamente. 
E continue repetindo: Não vale não creio". Arte:@Untal_Ro 

Especialistas das Nações Unidas e da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) denunciaram nesta quarta-feira a perseguição da televisão estatal venezuelana aos defensores dos direitos humanos no país. 

"Condenamos o que se converteu num claro padrão para intimidar e difamar os defensores dos direitos humanos apenas por promover os direitos humanos em seu país e participar com organismos internacionais e reginais de direitos humanos", indica o texto, enviado pelo Alto Comissariado para os Direitos Humanos das Nações Unidas. 

Os denunciantes citam diretamente o programa semanal "Con el Mazo Dando", emitido pelo canal estatal Venezolana de Televisión e apresentado por Diosdado Cabello, presidente da Assembleia Nacional da Venezuela e número dois do chavismo. 

Segundo os especialistas, entre os quais se encontram Michel Forst, Relator Especial sobre a Situação dos Defensores dos Direitos Humanos da ONU, e José de Jesús Orozco, relator sobre Defensoras e Defensores dos Direitos Humanos da CIDH, o objetivo da televisão venezuelana é difamar as ações dos ativistas. 

As organizações recordaram a obrigação da Venezuela de "respeitar e defender a participação dos defensores de direitos fundamentais nas organizações internacionais e regionais consagradas a esta questão".


"Declaração sobre direitos Humanos dos Presidentes do MERCOSUL e Estados associados. Montevidéu, 9 de dezembro de 2005. Em vésperas do 57º aniversário da declaração Universal dos direitos Humanos,os Presidentes do MErCoSUl e os Estados associados declararam a plena vigência dos princípios e valores que sustentam a declaração,e a necessidade de velar pelo respeito dos direitos e as liberdades fundamentais de todos sem discriminação por motivo de raça, cor, sexo, idioma, religião, opinião política ou de outra índole. igualmente, reafirmaram o compromisso com o respeito, proteção e promoção dos direitos Humanos, com base nos princípios de universalidade, indivisibilidade e interdependência dos direitos civis, políticos, econômicos, sociais e culturais, comprometendo-se a aplicar as políticas públicas tendentes a assegurar seu efetivo exercício, e destacaram a importância de desenvolver novos enfoques sobre os direitos humanos, como o direito à verdade promovendo a luta contra a impunidade em todas suas expressões. Neste sentido, os Presidentes do MERCOSUL e Estados associados sublinharam a importância das jornadas "mercosulinas" “Memória, Verdade e Justiça” celebradas em Montevidéu, no dia 16 de novembro de 2005, sobre as graves, maciças e sistemáticas violações de direitos Humanos ocorridas em muitos dos países da região nas décadas precedentes".

Fonte: AFP /Agence France-Presse, MERCOSUL 
Missão Ushuaia, Venezuela. 22/07/2015

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Fonte: Itamaraty 
Missão Ushuaia, Venezuela. 22/07/15

Cesta básica na Venezuela aumenta 163,6% em um ano, diz ONG. Governo venezuelano ordena desvio de alimentos a mercados estatais.

Caracas - A cesta básica familiar na Venezuela aumentou 163,6% desde junho de 2014 e, com o custo atual, uma família necessita de quase oito salários mínimos para cobrir suas necessidades, informou nesta segunda-feira o Centro de Documentação e Análise para os Trabalhadores (Cendas).

Multidão aguarda para entrar em um supermercado na Venezuela

"Entre junho do ano passado e junho deste ano temos 163,6% de aumento porque a cesta alimentícia custava 20.560,85 bolívares há um ano e um ano depois, 54.204,69", declarou à Agência Efe o diretor do Cendas, Oscar Meza.

O custo da cesta básica (moradia, serviços, saúde, vestuário e higiene) estimado para uma família de cinco membros é equivalente a US$ 3.263,62 no câmbio oficial mais baixo de 6,3 bolívares por dólar, ou a US$ 271,15 na taxa mais alta estimada para o Sistema Marginal de Divisas (Simadi), de cerca de 200 bolívares por dólar. 

15 preços surreais que se veem na Venezuela

De cenouras até TVs de plasma, comprar produtos com preços que não são administrados pelo governo é quase uma missão impossível no país

Se fosse o Dia das Crianças na Venezuela e você quisesse comprar, por exemplo, uma simples boneca Barbie, ela sairia por quase 200 dólares.

Esse é só um exemplo de como a desvalorização do bolívar, a moeda oficial do país, corroeu o poder de compra dos venezuelanos. 
Os preços surreais de itens básicos foram registrados por uma série de imagens da Reuters, com o valor de cada um dos produtos convertidos para o dólar. Confira, a seguir, alguns dos preços surreais da Venezuela. 

Bolívares: o salário mínimo do venezuelano, no mercado negro, 
é de apenas 42,5 dólares

Uma lata de Coca-Cola na Venezuela custa cerca de R$13,51

Um Big Mac na Venezuela custa cerca de R$ 35,48

Um quilo de cenouras cruas na Venezuela custa cerca de R$ 46,30

Um cabo de vassoura na Venezuela custa cerca de R$ 59,77

Uma caixa com 36 lápis de cor na Venezuela custa cerca de R$ 279,45

Uma toalha de banho na Venezuela custa cerca de R$ 330,48

Uma boneca Barbie na Venezuela custa cerca de R$ 471,42


"A variação mensal (maio-junho) da cesta alimentícia básica ficou em 26,5% que vem sendo 11.357,73 bolívares", acrescentou Meza baseando-se nos dados de um relatório divulgado hoje pela instituição.

Atualmente são necessários quase oito salários mínimos para poder cobrir a cesta básica de uma família venezuelana, segundo o relatório.

O estudo defende que "a variação mensal da cesta básica familiar é causada pelo aumento de preços de seis dos sete grupos que a integram. Em primeiro lugar, vestuário e calçado aumentou 2.156 bolívares, ao subir de 4.461,67 para 6.618,33 bolívares (48,3%), como média mensal". 

O aumento registrado no último mês representa o mesmo que 1,7 salário mínimo (atualmente é de 7.421,67 bolívares/US$ 1.178 no câmbio mais baixo de 6,3 bolívares), um aumento "grande", considerando que "um professor ganha entre um e dois salários mínimos", destacou Meza.

"Se na Venezuela a revolução socialista fosse para todos, 
eu talvez entenderia porque meu país segue sem reação." 
Arte: @Untal_Ro 

De acordo com o analista, entre janeiro e junho o custo de vida - medido através desta cesta básica - "aumentou 24.027,87 bolívares, porque a cesta básica custava 30.176.82 em dezembro, e isso equivale a 79,6% de inflação". 

Este seria, segundo o diretor da instituição, um aumento "histórico" na Venezuela, que não tinha registrado um dado mensal desta natureza "nos últimos 20 anos".

A cotação oficial da moeda venezuelana é de 6,3 bolívares para cada dólar americano. Isso faz com que o salário mínimo do país, de 4.251 bolívares, fique por volta de 675 dólares. 

Parece um bom valor, mas, segundo a agência de notícias, a cotação está para 100 bolívares o dólar no mercado negro. E esse é o valor que vários importadores e lojas usam como guia para os preços.

Ou seja: na verdade, o salário do venezuelano vale apenas 42,5 dólares. Comprar itens que não tenham os preços controlados pelo governo é quase uma missão impossível.

Com cotação do dólar valendo cerca de R$2,43. Confira, a seguir, alguns dos preços surreais da Venezuela. 
Panela de pressão na Venezuela custa cerca de R$ 1.230

Um balde de tinta de 5 galões (ou 19 litros) na Venezuela 
custa cerca de R$ 1.230

Um liquidificador na Venezuela custa cerca de R$ 1.445,85

Um secador de cabelo na Venezuela custa cerca de R$ 1.693,71

Um pneu da Goodyear na Venezuela custa cerca de R$ 1.830

Uma calça da Levi's na Venezuela custa cerca de R$ 1.927

O tênis de corrida Adipure Crazy da Adidas na Venezuela custa 
cerca de R$ 2.911,14

Uma TV de plasma de 32" da Samsung na Venezuela custa 
cerca de R$ 13.306,68


Fontes: Revista Exame, @Untal_Ro, Folha de São Paulo
Missão Ushuaia, Venezuela. 21/07/2015.