"A Democracia e o fortalecimento do Estado de Direito são pilares fundamentais da integração regional".

Carlos Javier (jornalista/escritor) e Maria Corina (ex-deputada) aos senadores Alvaro Dias e Aloysio Nunes.

Os e venezuelanos e cidadãos do MERCOSUL, Carlos Javier (jornalista/escritor) e Maria Corina Machado (ex-deputada) enviaram apelos aos senadores brasileiros Alvaro Dias (PV) e Aloysio Nunes (presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado).

Vídeo e carta foram encaminhados aos respectivos senadores, através do documentarista Dado Galvão, como parte das ações da Missão Ushuaia, Venezuela. (Acesse Missão Ushuaia no Facebook)

Símbolo da repressão venezuelana assina superbandeira de protesto. Escritor Carlos Javier Arencibia percorre Venezuela levando a bandeira.


 Betania Farrera, sendo levada pela Policia Bolivariana em 2014, durante protestos de Rua.

“A repressão interna se agudiza. Às 4h da manhã põem pronunciamentos do defunto presidente Hugo Chávez a um volume altíssimo, tanto que chega a ser denunciado por vizinhos do presídio. As revistas pessoais se tornam constantes: três vezes ao dia. Desnudar-se e abrir as pernas é parte do cotidiano. Betania pede permissão para ir ao banheiro, mas não deixam e ela urina. Como castigo, recebe pancadas em todo o corpo com um porrete forrado de borracha para evitar hematomas. (Nos Porões de Maduro, Janaína Figueiredo - O Globo, reportagem sobre o livro de Carlos Javier, Testemunhos da Repressão)

Betania durante protestos em 2014

Sabe aquela bandeira do Mercosul que foi enviada pelo documentarista brasileiro Dado Galvão para percorrer a Venezuela e colher um grande abaixo assinado contra o presidente Nicolás Maduro? Betania Farrera, vítima da repressão e presa durante 35 dias em 2014, a assinou. O escritor e jornalista caraquenho Carlos Javier Arencibia leva a bandeira para todos os cantos da Venezuela. As pessoas a assinarão e depois ela voltará ao Brasil como um emblema da luta contra o chavismo com seu autoritarismo, sua inflação estimada em 700% e o desabastecimento do país.



8 de junho de 2016, Betania escreve menagem na bandeira do Mercosul, 
conduzida na Venezuela pelo escritor Carlos Javier.


Enquanto isso, as últimas informações da crise na Venezuela são estas: as autoridades eleitorais venezuelanas devem definir o processo de validação de assinaturas que ativarão o referendo revogatório contra o presidente Nicolás Maduro, primeiro passo da oposição em uma difícil e acelerada corrida para fazer com que a consulta aconteça ainda em 2016. A oposição informou que o poder eleitoral definirá o dispositivo e a data para ratificar as assinaturas, depois de ter anunciado na terça-feira que 1,3 milhão são "válidas", do total de 1,8 milhão apresentado em 2 de maio para abrir o processo, embora apenas 200 mil (1% do colégio eleitoral) fossem necessárias. O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) pode estabelecer o prazo de confirmação das assinaturas - que deve acontecer em cinco dias com máquinas que comparam as impressões digitais - para 16 a 20 de junho, segundo uma versão extraoficial com a qual trabalha a coalizão opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD). "Esta não é uma corrida de 100 metros rasos. Se o CNE não publicar o período de validação nesta quarta-feira, voltaremos a nos mobilizar", afirmou o ex-candidato à presidência Henrique Capriles, que na terça-feira liderou uma passeata, dispersada com gás lacrimogêneo pela polícia. A MUD acusa o CNE de ser aliado do governo e retardar o processo para evitar que o referendo ocorra antes de 2017 - quando o mandato presidencial completará quatro anos -, pois se a votação for organizada este ano e Maduro for derrotado, novas eleições serão convocadas. Com uma votação no próximo ano, em caso de derrota ele seria substituído pelo vice-presidente, que é indicado pelo presidente a qualquer momento. O secretário executivo da MUD, Jesús Torrelba, afirmou que "é perfeitamente possível, do ponto de vista técnico", que o referendo revogatório aconteça "no mais tardar em outubro". Em seu programa televisão na terça-feira à noite, Maduro afirmou que "mais de 30% do pacote (de assinaturas) que entregaram é ilegal e defeituoso", razão pela qual o pedido de referendo revogatório "está invalidado". Mas se a oposição alcançar o objetivo de retirá-lo do poder, Maduro advertiu: "Mais cedo que tarde, viremos por vocês e a revolução vai acontecer, de outra forma, mas vai acontecer". Várias pesquisas revelam que seis ou sete em cada 10 venezuelanos apoiam um referendo e uma mudança de governo. A tensão social cresceu nos últimos meses com o agravamento da escassez de alimentos e remédios, e com o aumento do custo de vida, já que a Venezuela registra a inflação mais alta do mundo, de 180% em 2015. Um dos representantes da MUD ante o CNE, Vicente Bello, disse que o poder eleitoral poderia publicar em seu site um formulário para que os "arrependidos" possam expressar seu desejo de serem excluídos do processo, uma fase não abrangida pelo regulamento e que - mesmo sem a confirmação do CNE - a oposição considera como uma forma de intimidação. Depois de passar o processo de ratificação das primeiras assinaturas, a oposição deverá coletar mais 4 milhões (20% do registro eleitoral) para finalmente convocar o referendo.

Carlos Javier Arencibia enviou três vídeos que foram editados, todos eles procurando mostrar a situação difícil por quem passam as pessoas no país


Foto: Javier com a bandeira/Mercosul enviado por Dado Galvão

O escritor e jornalista caraquenho Carlos Javier Arencibia está, neste momento, percorrendo a Venezuela com uma bandeira do Mercosul na qual recolhe assinaturas em protesto contra o governo de Nicolás Maduro e a situação do país. Nestes vídeos enviados por ele com exclusividade para Zero Hora, ele faz breves e contundentes relatos sobre a dificílima vida num país em crise profunda. A Venezuela vive precariedade institucional, violência urbana equiparável à de um país em guerra, desabastecimento de 80% dos produtos básicos (em especial alimentos e medicamentos) e inflação anual estimada em 700%. Veja o depoimento e o apelo de Arencibia.