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Mãe de López: 'MP traz provas falsas, cheias de mentiras'

O opositor Leopoldo López, na penitenciária de Ramo Verde - El Nacional/GDA

"Ministério Público da Venezuela pede pena de 14 anos de prisão para López"

BUENOS AIRES — O processo judicial contra o dirigente opositor venezuelano Leopoldo López, preso desde fevereiro de 2014, está entrando na reta final. Após o Ministério Público (MP) ter confirmado suas acusações contra o líder do partido Vontade Popular (VP) na última segunda-feira — entre elas a de “instigação pública” — e solicitado 14 anos de reclusão, a Justiça convocou nova audiência para sexta-feira, na qual se espera o anúncio da sentença. Em entrevista ao GLOBO, a mãe dele, Antonieta López, assegurou que, “tratando-se de um governo ditatorial e violador dos direitos humanos”, a família está preparada “para qualquer coisa”.

— A apresentação de nossos advogados na audiência de terça-feira foi contundente: derrubamos tudo o que foi exposto em 70 audiências e 600 horas de processo — assegurou Antonieta, uma das poucas pessoas com acesso a López na prisão militar de Ramo Verde, próxima a Caracas.

A família do líder opositor acusa o MP de ter recolhido “provas falsas, cheias de mentiras”.

"Quando a justiça se veste de uma só cor se converte em carrasco"
Arte: @Untal_Ro 

— A atuação dos advogados da acusação nos dá vergonha. Foram muito pouco profissionais, mostraram documentos falsos e defenderam argumentos subjetivos — enfatizou Antonieta.

Quatro estudantes também julgados

Na última audiência, na qual o dirigente opositor esteve presente, o advogado da defesa, Juan Carlos Gutiérrez, rebateu cada uma das denúncias do MP. López foi preso em meados de fevereiro de 2014, em meio a uma onda de protestos contra o presidente Nicolás Maduro. O governo o acusou de “instigação pública, associação para delinquir e responsabilidade por danos e incêndios”.

— Todas as provas confirmam a inocência de Leopoldo. A sentença deve ser sua liberdade — disse Gutiérrez.

O advogado da defesa lembrou que “Leopoldo está sendo acusado, por exemplo, de ter provocado um incêndio que nunca ocorreu”.

— Existem graves discordâncias entre as conclusões do MP e as provas incorporadas ao expediente.

Na sexta-feira, López e quatro estudantes, que também estão sendo julgados por sua atuação nos protestos, poderão apresentar seus argumentos de defesa. Segundo Antonieta, seu filho está “preparado para se defender e para suportar qualquer coisa”.

 

— Não vão conseguir acabar com ele. Leopoldo é prova viva de que este governo viola os direitos humanos. Veja o que estão fazendo com nossos irmãos colombianos — comentou Antonieta, que visita o filho todo fim de semana.

No Twitter, a mulher do opositor, Lilian Tintori, afirmou que “todas as provas afirmam a inocência” de López.

— Mas, com este governo mentiroso e violador dos direitos humanos, podem fazer qualquer coisa. Este é um julgamento político — opinou Antonieta.

Leopoldo López é colocado em veículo blindado da Guarda Nacional Bolivariana ao ser preso em Caracas, no dia 18 de fevereiro de 2014. Comissão Interamericana de Direitos Humanos pediu a governo da Venezuela que tome medidas para garantir segurança de líder do Partido Vontade Popular - JORGE SILVA / REUTERS.

Fontes: Janaína Figueiredo O Globo, Reuters, @Untal_Ro, CNN
Missão Ushuaia, Venezuela. 02/09/15

Jovem opositora venezuelana teme retaliações e dificuldades para vir ao Brasil


CRE - Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado aprovou no dia 20 de agosto, requerimento do senador José Agripino (DEM/RN), para realização de audiência pública na CRE, com os jovens venezuelanos Carlos Javier Arencibia (escritor, jornalista) e Sairam Rivas (estudante de serviço social e candidata independente ao parlamento da Venezuela).

Os jovens venezuelanos escreveram cartas e enviou vídeo ao senador Aloysio Nunes (presidente da CRE), pedindo para falar na Comissão, cartas e vídeos foram encaminhados ao senador pelo cineasta baiano Dado Galvão. 

Carlos Javier é autor do livro “Testemunhos da Repressão” que reúne depoimentos de 16 jovens que foram presos e torturados durante os protestos de rua que ocorreram em 2014 na Venezuela, quando o governo de Maduro prendeu 3.765 pessoas, de acordo com dados da ONG Foro Penal.

Sairam Rivas é uma das protagonistas do livro, ficou 132 dias encarcerada, 55 dias sem ver a luz do sol, foi condenada porque participou de manifestações e concedeu entrevistas criticando o governo.

A estudante é monitorada pelo governo venezuelano, seus passos (ir e vir) limitados em território venezuelano, para viajar ao Brasil para participar da audiência na CRE, com data a ser definida, irá depender da autorização de um tribunal venezuelano, Sairam, acredita que sofrerá retaliações e terá dificuldades para viajar.

Carlos e Sairam serão protagonistas do documentário Missão Ushuaia, Venezuela de Dado Galvão e Arlen Cezar que pretende mostrar o cotidiano pré e pós-eleições parlamentares venezuelanas anunciadas para o dia 6 de dezembro, mais informações em: www.MissaoUshuaia.org


Missão Ushuaia Venezuela. 01/09/15