"A Democracia e o fortalecimento do Estado de Direito são pilares fundamentais da integração regional".

48ª Cúpula do MERCOSUL: Dilma é um povo e não pode desaparecer, diz Maduro sobre impeachment

Brasília, 16 - O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, saiu em defesa da presidente Dilma Rousseff na noite desta quinta-feira (17), ao chegar a Brasília para participar da XLVIII Cúpula do Mercosul. Questionado pelo sobre um eventual impeachment da presidente brasileira, Maduro afirmou que forças imperialistas de ultradireita estão em plena ação contra movimentos nacionalistas, seja na Venezuela ou no Brasil, mas, ao contrário do que ocorreu na ditadura militar, não é possível mais fazer "desaparecer" a esquerda.

Arte: @untal_ro

"Creio que as forças imperialistas da ultradireita estão arremetendo contra os movimentos progressistas, nacionalistas, patrióticos de esquerda. Estão cometendo os mesmos erros de 40 anos atrás com a Operação Condor", disse Maduro, referindo-se à operação criada em 1975 que reuniu militares de Argentina, Brasil, Chile, Uruguai, Paraguai e Bolívia em ações conjuntas, com colaboração da CIA, para o combate às guerrilhas e a outros movimentos de resistência às ditaduras militares que dominavam esses países.

"O que ocorre é que agora não podemos desaparecer, porque somos um povo, somos um povo, Lula é um povo, Dilma é um povo, nós, do movimento bolivariano, somos um povo. O povo brasileiro seguirá triunfando", comentou Maduro.

PRISÃO - Maduro chegou a Brasília horas depois de um dos líderes da oposição na Venezuela, o governador do Estado de Miranda, Henrique Capriles, ser convidado a comparecer a uma audiência no Senado para falar sobre a situação política do país vizinho. Proposto pelo presidente da Comissão de Relações Exteriores, senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), o requerimento foi aprovado pelos integrantes do colegiado.

Questionado sobre quando ia ser libertado o prefeito de Caracas, Antonio Ledezma, Maduro respondeu: "Só na Venezuela se critica que a Justiça funciona. Há uma campanha permanente do imperialismo pra tentar impor a justiça midiática imperial. Ninguém que tem um cargo, seja qual for, está livre de cumprir a lei nem tem imunidade."

Ledezma foi detido pelo serviço secreto venezuelano em fevereiro deste ano, acusado pelo chavismo de travar um golpe contra Maduro.





Fonte: Agência Estado, @untal_ro, Governo do Brasil
Missão Ushuaia, Venezuela. 17/07/2015.

Henrique Capriles, vai ao Senado brasileiro falar sobre a crise na Venezuela.


Brasília – A Comissão de Relações Exteriores do Senado aprovou nesta quinta-feira (16) o requerimento que convida um dos principais líderes de oposição da Venezuela, Henrique Capriles, para participar de audiência no colegiado. A data da participação do governador do Estado de Miranda ainda será definida pela comissão.

De autoria do presidente da comissão, senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), a reunião com o político venezuelano será para discutir a situação do país em meio às proximidades das eleições legislativas – agendadas para dezembro deste ano. No requerimento, o tucano destacou que há dúvidas se o pleito “ocorrerá em um ambiente de respeito ao pluralismo e às regras democráticas”.

No último mês de maio, o colegiado já havia recebido em audiência pública a ativista Lilian Tintori, casada com Leopóldo López – líder do partido Vontade Popular – e Mitzy Capriles, esposa do prefeito de Caracas, Antonio Ledezma. Os dois políticos se encontram presos pela sua posição contra o governo de Nicolás Maduro.

“A audiência pública permitiria aprofundar o diálogo com uma importante força política da Venezuela”, destacou Aloysio Nunes. “As duas missões parlamentares de senadores a Caracas, realizadas em junho, reforçaram a preocupação com a estabilidade democrática”.

Fonte: senador Aloysio Nunes
Missão Ushuaia, Venezuela. 16/07/2015.

O silêncio dos cúmplices: relatório dos senadores governistas brasileiros que foram à Venezuela.


Na foto: integrantes da segunda comissão formada por senadores 
governistas brasileiros que foram à Venezuela entregam o relatório 
ao presidente do Senado

Integrantes da segunda comissão formada por senadores governistas brasileiros que foram à Venezuela entregam o relatório ao presidente do Senado Relatório apresentado pelo senador Roberto Requião (PMDB-PR) sobre a Venezuela provocou intenso debate no Plenário do Senado nesta quarta-feira (15). 

No texto, ele afirma que o problema do país vizinho é a ausência de diálogo entre as forças políticas e que esse problema deve ser resolvido após as eleições parlamentares marcadas para dezembro e de um possível recallem 2016. Requião fez parte de comissão de senadores que visitou a Venezuela em junho. — A grande exigência da oposição era o estabelecimento das eleições, que foram marcadas para o dia 6 de dezembro. 

Dessa forma, eu quero dizer que nos desincumbimos dessa tarefa sem nenhum problema — disse o senador. O chamado recall é previsto na Constituição da Venezuela na metade do mandado do presidente, que, no caso de Nicolas Maduro, se dá em 2016. Para que haja esse referendo, são necessárias as assinaturas de 20% dos eleitores do país. O referendo, segundo Requião, pode derrubar um governo.


   

O senador disse ao Plenário não ter encontrado dificuldade de acesso ao país vizinho. A primeira comissão, que visitou o país uma semana antes com a intenção de conversar com presos políticos, não conseguiu cumprir a missão. A van que conduzia os senadores foi parada por manifestantes e os senadores tiveram que retornar ao aeroporto. A ida de uma segunda comitiva, chamada por senadores oposicionistas de "chapa branca", gerou críticas dos senadores na ocasião.

Críticas

O relatório de Requião gerou protestos de senadores oposicionistas. O senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE), disse considerar positivo o fato de as eleições serem marcadas. Ainda assim, afirmou que há razões para se preocupar com o país vizinho. Ele citou casos como o da cassação da deputada María Corina Machado, uma das líderes da oposição.


— Nós todos deveremos trabalhar para que o governo brasileiro, no âmbito da Unasul, faça valer a sua força política, faça valer a sua força moral, faça valer a sua tradição democrática e aja efetivamente no sentido de trabalhar, no sentido de fazer com que o governo venezuelano abra os olhos para essa situação, abra as cadeias, permita que todos participem das eleições — disse.

Para o senador Ronaldo Caiado (DEM-GO), que estava na primeira comitiva de senadores em visita à Venezuela, causa estranheza o depoimento de Requião sobre a normalidade naquele país. O senador disse que vê com tristeza essa posição, já que a primeira comitiva de senadores não foi bem recebida no país vizinho. O senador defendeu um compromisso com o Senado, que foi desrespeitado na Venezuela.

— A maneira como fomos recebidos mostra exatamente um desrespeito completo à instituição Senado Federal. A grosseria, a irresponsabilidade, a agressão, a violência, o desrespeito, não eram aos senadores que ali estavam. Nós estávamos em missão oficial — alertou.

Aécio Neves (PSDB-MG), que também fez parte da primeira comissão, disse acreditar que o debate sobre a situação da Venezuela já é um atestado de que não há situação de normalidade naquele país. Ele disse que essa “normalidade” de que fala Requião não é algo que gostaríamos de viver no Brasil.

Diferença de propósitos

Arte: @UNTAL_RO


A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) defendeu a segunda comissão enviada à Venezuela, da qual fez parte. Para ela, o fato de a comissão ser bem recebida não foi por acaso. Segundo a senadora, o primeiro grupo de senadores não pediu autorização ao governo e não tinha uma agenda definida, ao contrário do segundo.

A senadora também defendeu a legalidade do processo que culminou com a cassação da deputada Corina e classificou como antidemocráticas as ações de alguns oposicionistas na Venezuela.

Aécio Neves, Aloysio Nunes e Sérgio Petecão (PSD-AC) contestaram a senadora. Petecão, integrante do grupo de senadores que fez a primeira visita, disse que o debate deve levar em conta a situação difícil da Venezuela, e não as afinidades políticas dos senadores.


Telmário Mota, integrante da segunda comissão, disse que a primeira já tinha uma tendência e que por isso não foi bem recebida. O senador defendeu a ida de uma comissão ao país vizinho em dezembro para acompanhar as eleições.

Lindbergh Farias (PT-RJ) classificou a segunda comitiva como equilibrada, já que os senadores conversaram tanto com opositores quanto com governistas. O senador disse que a posição do governo brasileiro é reconhecida como positiva mesmo por oposicionistas do país vizinho. O senador também defendeu uma comissão para acompanhar as eleições parlamentares em dezembro.


Fontes: Senado Federal, You Tube, @UNTAL_RO
Missão Ushuaia, Venezuela. 16/07/2015