"A Democracia e o fortalecimento do Estado de Direito são pilares fundamentais da integração regional".

Venezuelana Lilian Tintori: "na Venezuela, protesto virou crime; quem pensar diferente vai preso. É o caso dos prefeitos, dos estudantes, e do meu marido, Leopoldo López".

Parte 1

A sabatina do primeiro Roda Viva Internacional começa com a afirmação de Augusto Nunes de que "a Venezuela já deixou de ser um estado democrático de direito", embora, para muitas pessoas, o governo venezuelano não preenche todos os requisitos de uma ditadura convencional.

Ao ser questionada como qualifica o regime de seu país, a ativista de direitos humanos Lilian Tintori crava: "No meu país, não há democracia nem Estado de Direito. Os poderes públicos não são autônomos; eles são controlados pelo Executivo, por uma única pessoa, o [Nicolás] Maduro". Na entrevista, a ativista diz que as consequência desse governo é que "não há liberdade para os meios de comunicação; os opositores são presos; e atira-se contra manifestantes", completa.

Parte 2

A repressão do governo Maduro também se revela em números quando o assunto são as prisões. "Na Venezuela, protesto virou crime; quem pensar diferente vai preso. É o caso dos prefeitos, dos estudantes, e do meu marido, Leopoldo López". Oposicionista do atual governo e líder do Partido Vontade Popular, López está preso há mais de um ano e meio, sem nem ter sido acusado formalmente. Ao falar da prisão do marido, e das consequências em sua vida, a ativista chegou a se emocionar. "Meus filhos não entendem por que ele está preso. Eu sempre digo que López está lutando pelo país, e está preso injustamente", explica.

Enquanto olha na direção do cartunista titular do programa, Paulo Caruso, Lilian diz que até os chargistas e tuiteiros de seu país estão indo para a cadeia e sendo demitidos de grandes jornais todos os dias, por retratarem a realidade opressora do governo venezuelano, enfatizando que "toda essa repressão não pode ser chamada de democracia".

Parte 3

Questionada sobre um apoio por parte do governo Dilma, a ativista lembra que a presidente do Brasil não aparece em público para apoiar as vítimas da Venezuela, e que, mais do que tudo, esse é um problema do mundo que defende. "Quando se fala de direitos humanos, não podemos usar duas medidas. Não servem reuniões privadas, elas devem ser públicas e notórias, porque se trata dos direitos de 30 milhões de venezuelanos. O que não pode é haver silêncio em nenhum país da América Latina com esta situação", completa, dizendo que espera essa ajuda do Brasil, um "país irmão".

Parte 4 (Final)

Participam da bancada desta edição: Desttodd Benson, diretor de redação da agência de notícias Reuters no Brasil; Lourival Sant'anna, jornalista; Patrícia Campos Mello, repórter especial do jornal Folha de S. Paulo; Felipe Corazza, subeditor de internacional do jornal O Estado de S. Paulo; e Fernando Tibúrcio Peña, advogado especialista em Direito Internacional dos direitos humanos. A apresentação continua com o jornalista Augusto Nunes, que permanece com a presença do cartunista Paulo Caruso para as charges durante a atração.​

Fonte: Roda Viva - TV Cultura
Missão Ushuaia, Venezuela